Reforma trabalhista entra em vigor no próximo sábado (11)

Empresas e trabalhadores devem estar atentos às novas regras

O projeto de lei da reforma trabalhista foi aprovado pelo governo e entrará em vigor no próximo sábado (11) de novembro. Neste cenário, as empresas e os trabalhadores têm poucos dias para entender o que realmente irá mudar com a chegada das novas normas. Com isso, os profissionais têm consultado especialistas para compreender os pontos específicos que precisam de cuidados, evitando assim erros em novas contratações.

De acordo com Francisco Canindé Lopes, presidente do Sescon Goiás, é importante que toda a população fique por dentro das novidades referentes à reforma. “Serão alterados vários aspectos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a reforma permitirá algumas negociações. Diante desses muitos detalhes, ainda existem dúvidas entre os trabalhadores e empresas de como deverão se comportar diante dessas mudanças”, afirma.

E dentro destes principais questionamentos estão: as férias anuais de 30 dias, que antes eram divididas em dois períodos, agora podem ser dividas até em três. O tempo do almoço pode ser reduzido, atualmente o intervalo é de 1 hora podendo ser alterado para 30 minutos, mas é preciso ter um acordo coletivo das jornadas.

Sobre demissão, antes da reforma, o trabalhador que se demitisse não tinha direito de sacar o Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS), não recebia seguro-desemprego e nem a multa dos 40% sobre os depósitos. Agora com a nova lei a empresa e contratado podem anular o contrato, assim o funcionário recebe uma multa de 20% sobre os depósitos do FGTS podendo retirar até 80% do fundo de garantia. Entre as principais dúvidas também está o banco de horas negociado individualmente. Neste caso a negociação entre empresa e empregador conta muito, onde as horas que foram ultrapassadas podem ser combinadas com o gestor, sendo compensadas na diminuição das jornadas de trabalho.

Mas, algumas leis não sofreram mudanças, como: o FGTS, 13º salário, seguro-desemprego, salário-família, adicional por hora extra, licença maternidade e o aviso-prévio.  Para o governo, o projeto é uma das medidas que busca estimular contratações, além de desburocratizar os processos de admissão e demissão.

Porém, dentro dessa movimentação, há quem critique e quem é a favor. “As empresas agora estão se mobilizando para debater sobre os reflexos das mudanças dentro da administração e como serão trabalhadas essas modificações sem comprometer a relação entre empregado e empregador”, destaca Francisco Lopes.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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