Riscos do Vício em Jogos de Azar: Regulamentação e Alertas de Especialistas

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A ludopatia, mais comumente conhecida como vício em jogos de azar, é uma condição médica grave, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que se caracteriza pelo desejo incontrolável de continuar jogando. Com o recente decreto do governador Cláudio Castro autorizando a instalação de máquinas de apostas no Rio de Janeiro, psiquiatras em todo o país alertam para os perigos do vício em jogos e o impacto que a expansão desse mercado pode ter na população.

O psiquiatra Rodrigo Machado, colaborador do Programa de Transtornos do Impulso (Pró-Amiti), da Universidade de São Paulo, ressalta a dificuldade em prever quem será vulnerável ao desenvolvimento de uma dependência de jogos de azar. Ele alerta que a população menos escolarizada é mais susceptível a esse tipo de vício, e destaca a importância de se observar atentamente aos primeiros sinais da doença, como o aumento do tempo dedicado ao jogo e a falta de dinheiro no final do mês.

Carolina Costa, psiquiatra do Complexo Hospitalar da UFRJ, enfatiza que o fácil acesso, cores vibrantes, propagandas e notificações em dispositivos móveis contribuem significativamente para aumentar o risco de desenvolvimento da ludopatia. Ela também destaca a preocupação da comunidade científica com a evolução do mercado de jogos de azar, especialmente com a influência da tecnologia e dos jogos eletrônicos no comportamento dos jogadores.

Machado ressalta que, historicamente, o jogo de azar tem sido relacionado a casos de dependência, e que as novas formas de apostas eletrônicas, como as máquinas de caça-níquel, proporcionam estímulos intensos e repetitivos ao cérebro, aumentando o risco de vício. Ele alerta que a população das classes C, D e E é especialmente vulnerável a desenvolver dependência de jogos, destacando a importância de intervenções precoces para reverter esse processo.

Diante do cenário de legalização das apostas no Estado do Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro defende que a medida visa regularizar uma realidade já existente e combater a contravenção. Ele enfatiza a importância de identificar e punir aqueles que lucram excessivamente com o mercado de jogos, buscando moralizar o setor e garantir a segurança dos jogadores. Castro destaca a intenção de promover uma relação saudável com o jogo e implementar mecanismos de controle para prevenir abusos e excessos.

Esse impulso de regulamentação das apostas no Rio de Janeiro tem gerado debates e questionamentos sobre os impactos sociais e econômicos dessa medida. Especialistas em regulamentação de jogos e apostas defendem a legalidade das loterias estaduais, mas ressaltam a necessidade de garantir que as empresas que exploram as máquinas de jogos sigam as normas estabelecidas e promovam um ambiente saudável para os jogadores. Medidas como a proibição de menores de idade e de beneficiários do Bolsa Família de participarem de apostas são discutidas como formas de garantir a segurança e a integridade dos jogos.

Diante desse cenário de mudanças e regulamentações, é fundamental que a população esteja consciente dos riscos associados ao vício em jogos de azar e saiba identificar os sinais de dependência. A busca por ajuda profissional, a utilização de aplicativos de bloqueio de jogos online e o acesso a programas de apoio, como Jogadores Anônimos, são recursos importantes para aqueles que enfrentam esse tipo de problema. A prevenção, a informação e a conscientização sobre os perigos do jogo patológico são essenciais para promover uma relação saudável e responsável com o entretenimento de apostas.

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