Última atualização 28/06/2023 | 11:33
Senador Canedo foi a cidade que mais cresceu no Brasil, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022. O número de habitantes goianos quase dobrou entre 2010 e 2022, registrando um aumento de 84,3%. A antiga cidade-dormitório conta com cerca de 155 mil habitantes, espalhados entre as 60 mil residências na área urbana.
A pesquisa foi revelada nesta quarta-feira, 28. O aumento da população tem criado uma rápida expansão de condomínios horizontais na região, chamando a atenção de autoridades para um possível crescimento desgovernado nos próximos anos.
De acordo com dados preliminares do IBGE, o número de domicílios existentes em Senador Canedo passou de 27 mil para quase 80 mil. Isso chega a uma ocupação de quase 99% das áreas urbanas.
Uma questão que resultou no aumento populacional se dá à aproximação da cidade para a capital. Do município até Goiânia são 23 km, uma facilidade mínima para quem deseja trabalhar e estudar na capital, mas ainda sim busca um custo de vida menor.
Em entrevista ao jornal O Globo, o professor do Departamento de Geografia e do Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Brasília, Fernando Luiz Araújo Sobrinho, destacou que a capital não tem mais como se expandir e, por isso, ocorre o crescimento de cidades vizinhas, como Senador Canedo.
“Além da proximidade de Goiânia e do aeroporto, da logística da Petrobras e do parque industrial no município, há tanto condomínios de alto padrão surgindo como unidades habitacionais de programas como o Minha Casa, Minha Vida. Goiânia está 100% ocupada, não tem mais para onde crescer”, disse o acadêmico.
Problemas com água
Mesmo com tanto conforto, a população ainda passa por problemas devido ao crescimento desenfreado. Uma das reclamações feitas por moradores é a falta de estruturas básicas, como escolas e postos de saúde, problemas de infraestrutura e abastecimento de água em diversos bairros.
Segundo canendeses, o problema no abastecimento é frequente durante todo ano, piorando mais ainda na época de seca. Alguns relatam ainda ficar semanas sem água durante o período da estiagem.
“Esse problema afeta vários bairros. Tem vezes que ficamos dias, até semanas, sem. Quando isso acontece é a maior dificuldade, os vizinhos se ajudam para fazer as coisas básicas”, relatou Reinaldo Pereira ao O Globo.