Senador Canedo tem 7 obras paralisadas mesmo com recursos liberados

Senador Canedo tem sete obras importantes paralisadas mesmo com recursos liberados

Asfalto, construções, maquinários, tratamento de esgoto e rede de água fazem parte da lista de sete ações paralisadas ou inacabadas que receberam total ou parcialmente dinheiro do governo federal em Senador Canedo. Em todos os casos, o motivo foi “dificuldade técnica do tomador”, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU). Em Goiás, 484 obras estão na mesma situação, somando R$ 891,12 milhões já empregados pelos cofres da União.

Em fevereiro deste ano também deveria ser entregue à população a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água de Senador Canedo, incluindo a reforma da captação adutora da Estação de Tratamento de Água e reservatórios. Apesar do contrato assinado em 2011, a obra tem somente 87,53% da construção prevista. A Caixa prevê um ano para conclusão. A última medição foi em 2019.

A falta de água é recorrente na cidade. No período de seca no estado, entre maio e outubro, a população chega ficar uma semana sem a prestação serviço da Agência de Saneamento de Senador Canedo (Sanesc), que e municipalizada. A reclamação é mais comum entre moradores que residem em regiões mais altas do município.

Problema nacional, a dificuldade no tratamento de esgoto sanitário poderia ser uma questão do passado se os mais de R$ 7,6 milhões transferidos pelo Ministério das Cidades tivessem sido integralmente empregados na área no município. Somente 96,19% da obra foi realizada antes de ser paralisada. A última medição foi realizada pela Caixa, em outubro de 2020. A estrutura deveria ter sido entregue no último sábado, 31. O contrato havia sido firmado em 2007. 

Outros R$ 5.004.691,34 são destinados à ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) . A conclusão seria em 30 de janeiro, mas, de acordo com o site da Caixa, somente 8,16% da estrutura foi erguida, conforme a última medição realizada em janeiro de 2020. A obra deveria ser feita em dois anos. Os recursos foram liberados em 2014.

Agricultura em Senador Canedo

A aquisição de máquinas e implementos agrícolas para a comunidade de Vargem Bonita deveria ter sido entregue há pelo menos seis anos. O dinheiro equivalente a R$ 243.750,00 foi totalmente empenhado em 2017, mas o município não concluiu a compra para facilitar o trabalho de 330 famílias cadastradas em um projeto de lavoura comunitária mantido com a Emater. 

Os agricultores possuem faixa etária de 45 a 65 anos, sendo a maioria mulheres  e chefes de família. Segundo eles, o alimento que recebem como resultado de seu trabalho é um auxílio importante no orçamento familiar e que no período que a colheita é boa não precisam comprar arroz o ano inteiro. 

Turismo e Lazer

Em 2012, foram destinados R$ 975 mil para a implantação do complexo turístico do Morro Santo Antônio. O contrato firmado diretamente com o Ministério do Turismo venceu em 31 de dezembro do ano passado e ainda não foi entregue. O local deveria ter quiosques com praça de alimentação, estacionamentos, banheiros públicos e calçamento para melhorar a experiência das pessoas que visitam o local para conhecer a estátua do Cristo Redentor. 

“A implantação de um espaço de turismo social e lazer no município visa implementar essas atividades de forma organizada e planejada, levando em consideração a proteção da vegetação nativa, a fauna e a flora, bem como impulsionar o turismo e a geração de emprego e renda, contribuindo para o desenvolvimento de forma sustentável“, consta como justificativa para a obra.

Asfalto em Senador Canedo

A pavimentação asfáltica de parte do município também não foi executada, segundo informações do TCU. O montante de R$ 493.100,00 tem prazo de conclusão de 28 de fevereiro. Os recursos foram direcionados para o município em 2017 porque a malha urbana está fragmentada, a cidade se expandiu em demanda populacional e de serviços, além de representar incentivo ao setor empresarial.

Esporte

Um Centro de Iniciação ao Esporte precisa ser entregue até junho deste ano, mas está sem andamento. A Caixa liberou R$ 3.128.708,02 em 2014, mas a obra ainda não foi concluída. No site do banco, a informação é de 98,81% da execução. A medição mais recente foi em maio de 2021. 

A reportagem do Diário do Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Senador Canedo, mas não obteve retorno até a publicação desta edição.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

PF indiciou Bolsonaro e militares por plano de golpe e assassinato de autoridades

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, após as eleições presidenciais de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado. Além do ex-presidente, a PF concluiu que mais 36 pessoas estão envolvidas, entre elas ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), e Braga Netto (Defesa), além de outros militares e aliados do ex-presidente.

O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que os indiciados foram responsáveis por tramas golpistas, ações relacionadas aos atos de 8 de janeiro, e até um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também foi indiciado e prestou depoimento ao STF nesta quinta-feira, 21, sendo considerado um dos últimos testemunhos a serem ouvidos no caso.

Entre os crimes atribuídos aos indiciados estão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Plano de assassinato

Além das investigações sobre os atos golpistas, a PF realizou uma operação, na terça-feira (19), contra uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. A organização, composta principalmente por militares das Forças Especiais, visava a realização de um golpe para impedir a posse do governo eleito em 2022.

A investigação revelou que o plano de assassinato foi preparado para o dia 15 de dezembro de 2022, e que Moraes estava sendo monitorado de forma contínua. A organização também tinha a intenção de criar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerenciar as consequências de suas ações.

A PF concluiu que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano, o que agrava ainda mais a situação do ex-presidente.

O 8 de Janeiro e as consequências

Em 8 de janeiro de 2023, seguidores de Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, em protesto contra o resultado das eleições de 2022. O governo federal decretou intervenção na segurança do Distrito Federal e mais de 1.800 pessoas foram presas nos dias seguintes.

As investigações sobre os atos de 8 de janeiro identificaram financiadores e grupos organizados que planejaram os ataques. Bolsonaro passou a ser investigado após surgirem evidências de que ele havia incentivado discursos golpistas, levando o STF a aceitar denúncias contra centenas de envolvidos. Vários réus já foram condenados por crimes como associação criminosa, dano ao patrimônio público e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos