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Servidora reclama de discurso machista de vereador: “não tem um marido”

Última atualização 04/05/2023 | 16:37

Um discurso na tribuna da Câmara de Vereadores de Padre Bernardo pode se tornar um processo judicial. Uma servidora da Casa reclama de ter sido ofendida com comentários machistas do vereador Junio do Esporte (PSD). Ele declarou não se arrepender e reconheceu já ter tido problema com Cleuza Matos, de 47 anos, por críticas na internet. Segundo ele, os comentários da mulher surgem porque ela não tem “uma casa para arrumar quando está de folga” e “não tem um marido para conversar”.

 

“Essa fala me agrediu, me pesou. A pessoa quando é pública está preparada para qualquer crítica. Deu a entender, quando mencionou meu nome, que eu era um monstro. Os outros vereadores ficaram rindo quando ele me difamou. Como uma pessoa fala isso para uma mulher que não conhece? Me senti uma pessoa sem valor. Olha o que aconteceu comigo diante das câmeras, imagina o que não acontece com outras mulheres longe das câmeras”, afirmou ao G1 Goiás.

 

A confusão começou quando a servidora perguntou o motivo de somente alguns funcionário terem direito a começar a receber uma bonificação de R$ 4 mil. Ela faria parte do grupo que não seria contemplado com o benefício. A dúvida irritou Junio, que teria começado a associar as pessoas que questionam as atividades legislativas. Ele direcionou o descontentamento à Cleuza posteriormente a classificando como “desocupada” e como uma das que ficam “sentadas atrás do celular falando asneiras”.

 

“Essa mulher consegue tirar a gente do sério de uma tal maneira. Não falei nada demais, não xinguei ela em momento algum. Falei se a pessoa não tiver família e não tem nada para fazer, ao invés de ir para grupo falar mal de vereador, vai procurar o que fazer, procurar fazer uma lavagem de roupa. Se eu falar que me arrependi do que falei, vou estar mentindo. Essa mulher não é santa não”, destacou ao G1 Goiás.

 

Cleuza não pretende ir aos tribunais, mas Junio prometeu processar a servidora por difamação. O vereador alega estar sendo perseguido e que a mulher age da mesma forma com os colegas da Câmara de Padre Bernardo. Ela trabalha no local há 17 anos. O bate-boca foi transmitido ao vivo pelo canal da instituição.