Última atualização 28/09/2021 | 12:10
O Hospital Estadual de Santa Helena de Goiás Dr. Albanir Faleiros Machado (Herso) realizou, no último sábado (25), uma captação múltipla de órgãos, que beneficiou quatro pessoas. Rins, coração e fígado, eram de um paciente de 21 anos que teve morte encefálica. Os órgãos foram transportados para o Distrito Federal, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
O Herso é um dos hospitais autorizados a realizar a captação de órgãos em Goiás. No Brasil, Lei nº 9.434/97 regulamenta o transplante de órgãos no país, sendo de responsabilidade esse gerenciamento pela Central de Transplantes. Vale lembrar que as doações só são realizadas com a autorização dos familiares e, independente de plano de saúde, as pessoas precisam seguir a fila do Sistema Único de Saúde (SUS).
O presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) do Herso, Dr. Rafael Pereira, explica como ocorre o trâmite das doações:
Tudo começa com o paciente grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O médico que o acompanha começa a ver que ele não tem um prognóstico de melhora e, de acordo com a evolução da gravidade, suspeita-se de morte encefálica. Esse diagnóstico é realizado através de uma intensa bateria de exames: clínicos, diagnósticos e imagens. Ao final de todo o processo e, confirmada a suspeita, é fechado o resultado. Então, comunicamos a família. Nesse momento, informamos sobre a possibilidade da doação de órgãos e eles decidem se são a favor ou não. Caso aceitem, a gente comunica a Central de Transplantes e aí começa a distribuição e oferta nacional para ver a disponibilidade de acordo com a tipagem sanguínea, peso, idade, dentre outros critérios.
O Dr. Rafael ressalta ainda que não é informado para a família quem receberá os órgãos. Todo o processo é sigiloso.
Setembro Verde – Dia Nacional da Doação de Órgãos
Hoje (27) é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data faz parte do calendário do Ministério da Saúde em que institui a campanha Setembro Verde, voltada para a conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos, bem como incentivar que as pessoas interessadas em doar seus órgãos, já converse com seus familiares sobre a decisão. Conforme a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a recusa familiar é a principal causa para a não doação. Cerca de 40% de famílias entrevistadas em 2019 se recusaram a doar os órgãos de entes queridos nos casos de falecimento.
No Brasil, ainda de acordo com a ABTO, em 2020, mais de 43 mil somavam a fila de espera pela doação de um órgão, sendo 916 apenas em Goiás. Rins, córneas e fígado são os órgãos com o maior número de pacientes aguardando.