STF derruba venda de remédios para emagrecer

Por 7 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal derrubou recentemente a Lei 13.454/2017 que permitia a comercialização dos remédios, sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol, usados para emagrecer. De acordo com o STF, cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidir sobre a venda desses medicamentos.

As medicações proibidas são de custo baixo para os pacientes, o que facilita o acesso, e por esse motivo um grande índice de pessoas faz o uso da medicação, tanto sem prescrições medicas, ou com prescrições que não consideram os riscos para o paciente.

De acordo com a endocrinologista Pryscilla Moreira, em 2011, esses medicamentos foram proibidos, principalmente a Anvisa não reconhecendo as substancias dessas medicações. “Por um ponto é legal [a proibição] porque tudo que não é devidamente fiscalizado e que pode estar aumentando efeitos adversos, o caminho é a proibição. Por outro lado, a obesidade é uma doença grave que está associada a várias outras doenças e ai diminuiu a gama de medicamentos utilizados para o tratamento”, explica Pryscilla.

Decisão questionada

Na época, entidades medicas e alguns pacientes que sofrem de obesidade, começaram a questionar a decisão.  Dentre os medicamentos, a sibutramina, que foi desenvolvida no final dos anos 80, é um dos mais indicados no tratamento da obesidade. Inicialmente era usada como antidepressivo mas estudos apontaram que o medicamento reduzia o apetite.

Segundo um estudo realizado na Europa e denominado como SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial) mostrou que no período de cinco anos, o tratamento com a sibutramina expôs indivíduos com doença cardiovascular anteriormente relatadas a um risco de infarto de miocárdio e de acidente vascular cerebral (AVC) não-fatais.

Liberação Sibutramina

No final de 2011, a Anvisa voltou atrás e liberou a comercialização apenas da Sibutramina. “Passou a ser necessário o receituário azul (b2-controlado) e o preenchimento do termo que consta todas as indicações e prescrições, onde o médico e o paciente assinam”, pontua a endocrinologista.

De 2011 à 2017, os medicamentos anfepramona, femproporex e mazindol continuaram proibidos. Nesse período houve muitas discussões sobre o uso desses medicamentos que são de grande ajuda no tratamento da obesidade. Em 2017, as outras três medicações voltaram a ser comercializadas.

Por serem remédios com poucos estudos existentes e baratas, as industrias farmacêuticas não se viram estimuladas a produzir essas medicações, Portanto a prescrição é feita sob manipulação, dessa forma, desde 2017 há uma discussão em relação a esse remédios. “Essas medicações não devem ser utilizadas sem prescrição medica. Devendo sempre, o paciente passar por uma avaliação minuciosa, avaliando os riscos para decidir qual a melhor medicação”, explica Pryscilla.

Endocrinologista explica sobre remédios para emagrecer
Endocrinologista orienta sobre medicamentos / Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com Pryscilla, um dos pilares para o tratamento da obesidade é o medicamento. “esse tratamento envolve mudança de estilo de vida, como alimentação saudável, pratica de exercícios físicos, sono adequado, ingerir líquidos e realizar tratamentos de doenças psicológicas, o remédio é apenas um dos pilares”, pontua Pryscilla, ” o médico deve avaliar o paciente e indicar a medicação”, finaliza.

Sobre os malefícios e benefícios do uso desse tipo de medicamento, Pryscilla explica que todo tratamento tem seu risco. “Isso é decidido em consulta médica avaliando em conjunto com o paciente e decidindo pelo melhor. Quando há um acompanhamento adequado, conseguimos diminuir os riscos e aumentar os benefícios”, afirma ela.

Emagrecendo na internet

A endocrinologista faz um alerta sobre influencers que indicam remédios para emagrecer: “é muito perigoso. Esse tipo de atitude dificulta o nosso trabalho e pode prejudicar muitas pessoas que acabam vendo naquelas influenciadoras ou propagandas, alguém para se espelhar e quando não há um bom entendimento, eles acham que vai funcionar”, destaca ela.

“Devemos fazer mais campanhas e aproveitar essa mídia pro lado bom, explicando os riscos da obesidade, os benefícios do tratamento com acompanhamento especializado, os benefícios da mudança de estilo de vida. E deixar bem claro para os pacientes que a utilização desses medicamentos sem prescrição médica pode aumentar muitos os riscos, principalmente com óbitos”, destaca a endocrinologista.

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Câncer de pele: Como identificar manchas perigosas e prevenir o risco

A gerente de enfermagem Renata vivenciou uma experiência que transformou sua perspectiva sobre cuidados com a saúde. Após ter sido orientada a realizar acompanhamento médico anual devido a uma lesão pré-cancerígena, ela negligenciou a recomendação. Anos depois, uma consulta devido a uma mancha no rosto a fez descobrir um melanoma em estágio inicial, um dos tipos mais agressivos de câncer de pele. A detecção precoce e remoção rápida garantiram um desfecho positivo.

O caso de Renata ressalta a importância do diagnóstico precoce no câncer de pele, a forma de tumor mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O melanoma, em particular, é o tipo mais raro e agressivo, e o diagnóstico rápido pode ser decisivo para a cura. Marina Sahade, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, destaca os principais sinais de alerta, como mudanças na cor, tamanho e textura de pintas ou manchas, além do aparecimento de sangramento ou coceira.

Como identificar manchas suspeitas? A dermatologista Luísa Juliatto, do Alta Diagnósticos, orienta que é preciso ficar atento a pintas novas, em crescimento, com cores variadas ou formas irregulares. Também é importante observar pintas antigas que apresentem alterações. Feridas que não cicatrizam, sangramento, dor ou crescimento rápido de uma lesão também são sinais que demandam atenção médica. Para confirmar se a mancha é cancerígena, exames como dermatoscopia e ultrassom dermatológico podem ser necessários. Quando há suspeita, a biópsia de pele é essencial para o diagnóstico final.

Juliatto recomenda consultas dermatológicas anuais, especialmente se não houver histórico de câncer na família. Caso contrário, é importante um acompanhamento mais próximo com o especialista.

Quais manchas não são perigosas? Nem todas as manchas na pele são preocupantes. Manchas solares, sardas (efélides), ceratoses seborreicas e melasma geralmente não são sinais de câncer. Além disso, os nevos comuns, conhecidos como pintas benignas, também não são motivo de alarme.

Fatores de risco e prevenção A exposição solar excessiva e repetitiva, especialmente durante a infância e adolescência, é o principal fator de risco para o câncer de pele. Pessoas com pele clara, olhos e cabelos claros, ou com histórico familiar de câncer de pele, têm maior predisposição à doença. No entanto, é importante ressaltar que até pessoas negras podem ser afetadas.

No caso de Renata, a pele clara e o histórico familiar de câncer de pele de seu pai contribuíram para o desenvolvimento do melanoma. Após o diagnóstico, ela passou a adotar medidas rigorosas para proteger sua pele, como o uso diário de bloqueador solar e roupas especiais de proteção UV, além de evitar a exposição ao sol nos horários de pico.

Para prevenir o câncer de pele, a dermatologista recomenda:

  • Aplicar protetor solar com FPS mínimo de 30 a cada duas horas;
  • Evitar exposição solar entre 10h e 15h;
  • Utilizar barreiras físicas, como roupas com tratamento UV, boné, óculos de sol e guarda-sol.

Essas precauções são essenciais para reduzir o risco de câncer de pele e garantir uma rotina de cuidados adequados com a saúde da pele.

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