O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus ao delegado da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) Rafael Gomes de Oliveira na terça-feira (11/2), confirmando liminar e anulando a prisão preventiva ocorrida no âmbito da Operação Transformers. A decisão unânime também se estendeu aos corréus do processo, Rogério Marinho Junior e Leonardo Gomes Leal. Os ministros do STJ, seguindo o voto do desembargador convocado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) Otávio de Almeida Toledo, retornaram à decisão da 1ª instância. O delegado foi denunciado por organização criminosa, corrupção passiva e tráfico de drogas.
Apesar da soltura, as medidas cautelares impostas continuam em vigor. Entre elas está a obrigatoriedade do delegado comparecer mensalmente à Secretaria do Juízo, não frequentar certos locais, permanecer em casa durante determinado horário, não entrar em contato com membros da organização criminosa e testemunhas, além de ficar afastado de suas funções públicas e permanecer no Brasil. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está investigando a associação de policiais civis a pessoas ligadas a práticas ilícitas como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção, roubo, receptação e adulteração veicular no estado.
A Operação Transformers, que resultou na prisão preventiva dos envolvidos em outubro de 2022, acusa o delegado e outros investigados de corrupção passiva para proteger membros de uma organização criminosa relacionada a crimes patrimoniais, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Após uma série de decisões judiciais em relação à prisão preventiva, o processo passou pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que reverteu a decisão em agosto de 2024. O advogado Gustavo Badaró, professor livre-docente da Universidade de São Paulo (USP), foi o responsável pela defesa de Gomes no STJ.
A situação traz à luz a importância de se manter a ordem pública e garantir a aplicação da justiça em casos envolvendo autoridades e crimes graves. O desenrolar dessa operação e as decisões judiciais tomadas ao longo do processo lançam luz sobre a complexidade do sistema legal brasileiro e a necessidade de investigações rigorosas para combater a corrupção e outras práticas criminosas. A atuação do MPMG e do judiciário mineiro reflete a seriedade com que essas questões estão sendo tratadas, buscando sempre a verdade e a justiça em meio a cenários controversos e desafiadores.