STJ revoga ordem de prisão da “Rainha do Pó” em decisão polêmica

STJ anula ação e “Rainha do Pó” tem ordem de prisão revogada

Traficante está foragida desde 2021 e é investigada em outros casos, um deles sobre compra de sentença judicial

A Justiça Federal em Santos revogou um mandado de prisão contra a traficante Karine Campos, conhecida como Rainha do Pó no porto de Santos. A decisão foi tomada por ordem do ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O ministro anulou, e a quinta turma do STJ referendou, uma ação de busca de busca apreensão realizada na Alba Vírus, operação da Polícia Federal que mirou o grupo criminoso liderado por Karine Campos.

De acordo com o ministro, a busca realizada em uma imobiliária em Balneário Camboriú (SC) foi irregular. Além de anular os efeitos da busca e proibir o uso do material coletado, o ministro mandou cancelar o mandado de prisão até o fim do processo.

“Por fim, tendo em vista o retorno dos autos à 1ª instância, determino a expedição de contramandado de prisão ou alvará de soltura clausulado em favor da paciente até o trânsito em julgado da ação penal”, diz trecho da decisão de Ribeiro Dantas.

A traficante é apontada por investigadores como a maior exportadora de cocaína por via marítima do Brasil.

Em 2020, ela foi condenada a 17 anos de prisão. Além do mandado de prisão revogado, a Rainha do Pó tem outra ordem de prisão contra ela expedida pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte.

A ação do grupo da Rainha do Pó também foi investigada da operação Habeas Patter, realizada pela Polícia Federal em 2023.

Nesse caso, o grupo criminoso liderado por ela é suspeito de pagar R$ 3,5 milhões para ter uma decisão favorável do então juiz federal Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e soltar um traficante. O magistrado se aposentou por invalidez em 2023.

A apuração teve início com a apreensão de 175 quilos de cocaína em Lisboa, Portugal, traficados por pessoas ligadas ao grupo da traficante.de Karine Campos.

A partir de mensagens, monitoramentos e dados armazenados na nuvem dos investigados, a PF mapeou a procura de parentes do traficante por advogados para soltá-lo.

Um dos encontros foi com o filho do magistrado. Segundo a PF, na conversa com uma irmã do traficante, o filho propôs R$ 3,5 milhões pela liberdade, “podendo os valores serem pagos após a concessão do alvará de soltura”.

À época, os investigadores chegaram a pedir a prisão do juiz, mas a ministra Laurita Vaz, do STJ, negou a solicitação.

A Rainha do Pó está foragida desde 2021, quando o próprio STJ substituiu a pena em regime fechado por prisão domiciliar. O motivo foram os dois filhos menores que, segundo a decisão, necessitavam da presença da mãe.

Para tentar encontrá-la, a PF chegou a divulgar possíveis disfarces que podem ser utilizados por Karine Campos (foto em destaque).

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Empresário aplica golpe do “safari fake” em turistas na África do Sul: evite cair em fraudes e viaje com segurança

Empresário passa a perna em turistas e aplica golpe do “safari fake”

O empresário, que mora no Rio de Janeiro e apresenta um programa de TV sobre
viagens, se aproxima das pessoas transparecendo idoneidade. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um rastro de golpes
aplicados por um empresário que comanda uma agência de turismo e apresenta um
programa de televisão. As vítimas caem no golpe quando compram pacotes
turísticos para Cidade do Cabo, na África do Sul. As reservas em hotéis não existem e os
passeios a safaris não passam de invenção.

Pelo menos duas vítimas registraram ocorrência na 31ª Delegacia de Polícia
(Planaltina) denunciando o estelionato. O empresário, que mora no Rio de Janeiro, se aproxima das pessoas transparecendo idoneidade justamente por gerir
uma agência de turismo no Rio de Janeiro e apresentar um programa sobre viagens
“autênticas e acessíveis”. O nome do suspeito não foi revelado.

De acordo com os depoimentos prestados à polícia, uma das vítimas contou ter
conhecido o empresário ainda em 2023 e passou a manter contato pelas redes
sociais. Quando o brasiliense comentou que estava com passagens comparadas para
a África do Sul, dono da agência perguntou se poderia ir junto. Ele pagaria a
própria passagem e ainda conseguiria descontos para hospedagem e entradas
cobradas para fazer o safari.

CANCELAMENTOS

Os dois turistas transferiram, via Pix, cerca de R$ 3,3 mil que cobririam a
estadia e o passeio. No entanto, quando chegaram à Cidade do Cabo, a reserva no
hotel havia sido cancelada há três dias pela mesma pessoa que fez o pedido.
Graças a uma brasileira que estava no local e abrigou as vítimas em seu quarto,
os turistas não passaram a noite ao relento. Mesmo assim, um deles precisou
dormir no chão. Os brasilienses precisaram pagar novas diárias com o cartão de crédito. Da mesma
forma, as reservas para o passeio no famoso Áquila Safaria foram canceladas.
Porém, os turistas não conseguiram fazer uma nova reserva, pois todas as vagas
para o passeio já estavam ocupadas.

Perdidos e frustrados, as vítimas entraram em contato com o empresário diversas
vezes, mas foram excluídos e bloqueados nas redes sociais e no WhatsApp. O
estelionatário chegou a dar esperanças para os turistas afirmando que o dinheiro
investido na viagem seria devolvido, o que nunca ocorreu.

Não caia em golpes como esse e sempre verifique a idoneidade das agências de viagem e dos programas de televisão. Fique atento para não se tornar mais uma vítima de pessoas mal-intencionadas. Se você tiver qualquer informação sobre casos semelhantes ou suspeitas de estelionato, não hesite em denunciar às autoridades competentes. Proteja-se e viaje com segurança.

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