Sumiço de meninos: delegado cita envolvimento do tráfico

A polícia do Rio de Janeiro informou ainda não saber onde estão os três meninos desaparecidos de Belford Roxo, mas apresentou a linha de investigação mais provável: a de que o trio teria sido pego roubando um pássaro.

“Teria uma suposta ação das crianças que gerou essa reação do tráfico”, disse Uriel Alcântara, titular da Delegacia de Homicídios da Baixasa Fluminense (DHBF). A feira da Areia Branca, para onde Lucas Matheus (8 anos), Alexandre Silva (10 anos) e Fernando Henrique (11 anos) iam no dia 27 de dezembro, tem barracas de venda de animais.

“A Polícia Civil não descansa enquanto não conseguir esclarecer esse fato. Existem elementos que não podem ser divulgados, porque podem prejudicar a investigação”, afirmou Roberto Cardoso, diretor das Delegacias de Homicídio.

Tortura a morador

A polícia também falou sobre a manobra do tráfico de acusar um morador para atrapalhar as investigações. O homem acusado pelo sumiço dos meninos teve a orelha decepada a dentadas enquanto era torturado. Esse morador teve de deixar o Castelar com a família por ordem dos traficantes, mas nada foi provado contra eles.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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