Última atualização 30/11/2023 | 15:21
O ajudante de obra que foi preso suspeito de matar mãe e três filhas em Sorriso, no interior de Mato Grosso, era considerado foragido em Mineiros, no sudoeste de Goiás. Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, é acusado de matar um jornalista enforcado e roubar o carro dele, em 2013.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público de Goiás à Justiça quando o crime ocorreu. De acordo com os documentos, na madrugada do dia 22 de dezembro de 2013, Gilbert conheceu o jornalista Osni Mendes em um bar de Mineiros. Os dois teriam conversado por um tempo até que o jornalista ofereceu ao acusado uma carona até outro bar da cidade.
Gilberto aceitou o convite e os dois entraram no carro de Osni, que dirigiu em rumo ao outro estabelecimento. O jornalista parou o carro em um local de mata alegando que iria fazer xixi e disse a Gilberto para que descesse do veículo para esticar as pernas.
Segundo o acusado, foi nesse momento que Osni tentou beijá-lo à força e ele reagiu o empurrando, dando uma sequência de socos em seguida. Os dois homens, então, entraram em uma luta corporal e Gilberto nocauteou o jornalista com murros, usando a camisa da vítima para enforcá-la até que ela morresse.
Roubo e fuga
Depois do crime, Gilberto fugiu do local com o carro do jornalista e se escondeu na chácara de um amigo. Ele passou os dias por lá e usou o carro da vítima para buscar cervejas, sendo encontrado pela polícia em um dessas saídas e sendo preso.
Durante a abordagem, o suspeito não reagiu e confessou o crime imediatamente. Gilberto foi preso em flagrante e levado até a delegacia, onde recebeu a ordem de prisão preventiva devido ao agravamento do crime.
“Demonstra postura resistente e desafiadora por parte dos representados, tenta furtar-se à aplicação da lei penal, o que popularmente se conhece como fugir ao flagrante e apresenta-se depois das 24 horas”, descreveu o delegado Júlio César Arana Vargas no documento.
Gilberto ficou preso pela morte por mais de 160 dias e, em 2014, conseguiu na Justiça um relaxamento de prisão devido à demora na conclusão do inquérito do caso. O suspeito voltou à sociedade e, quando foi intimado novamente para prestar esclarecimentos, não foi mais encontrado. A Justiça determinou novamente a prisão preventiva, mas Gilberto nunca foi encontrado.
Com a prisão na última segunda-feira, 27, a Justiça de Goiás atualizou o processo e Gilberto aparece como réu preso.
Chacina em Sorriso
Uma mãe, de 46 anos, e três filhas foram encontradas mortas dentro da casa onde moravam em Sorriso, no interior do Mato Grosso, na última segunda-feira, 27. Os corpos foram encontrados pela Polícia Militar, após vizinhos notarem o sumiço das vítimas durante o final de semana e acionarem a corporação.
O crime teria ocorrido na última sexta-feira, 24, mas os corpos foram encontrados apenas três dias depois. O Corpo de Bombeiros foi responsável por entrar na casa e encontrar o corpo da mãe e da filha mais velha no corredor do imóvel. As outras filhas, de 13 e 10 anos, estavam em um quarto da casa com sinais de asfixia. As vítimas foram identificadas como Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, 13 anos, e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos. Três delas estavam nuas e a suspeita é que tenham sofrido abuso sexual.
Durante as investigações, o funcionário de uma obra vizinha à casa da família foi preso suspeito de cometer os crimes. A polícia chegou até nele após uma perícia encontrar marcas de chinelo no piso, que estava manchada de sangue, na casa das vítimas e que se assemelhava com o chinelo usado pelo homem.
Gilberto Rodrigues dos Anjos foi levado à delegacia de Sorriso e admitiu ter entrado na casa das vítimas após ter realizado o uso de entorpecentes. Ele afirmou ter entrado pela janela do banheiro e que tinha como objetivo roubar a casa, mas foi confrontado pela mãe das meninas e passou a ter uma discussão com ela. A filha mais velha teria saído do quarto para socorrer a mãe e foi atacada com uma faca pelo suspeito. As outras duas menores foram mortas logo em seguida.
Após cometer os crimes, ele teria saído pela mesma janela que entrou e voltou para a obra onde trabalhava. Lá, Gilberto retirou as roupas sujas de sangue e as guardou em um contêiner, onde as peças foram encontradas posteriormente junto com roupas íntimas das vítimas.