Templo religioso de Anápolis pode ser leiloado para pagar dívida trabalhista

A Igreja Batista Regular do Calvário, em Anápolis, poderá ser leiloada para pagar uma dívida trabalhista no valor de R$ 317 mil, referente a um acidente envolvendo um supervisor de obras, que se machucou ao cair do telhado da igreja enquanto vistoriava uma obra no local, em 2014. A decisão foi mantida pela Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO), a pedido do desembargador Eugênio Cesário.

O trabalhador foi contratado informalmente para realizar o trabalho, mas provou na Justiça que a instituição tinha culpa pelo acidente de trabalho e, por isso, deverá receber indenização para reparação por danos morais, materiais e estéticos. Durante o processo, a administração do templo recorreu da decisão do desembargador, alegando que lugares destinados a cultos religiosos fazem parte do rol taxativo de bens impenhoráveis, previsto no artigo 833 do Código de Processo Civil (CPC).

Além disso, o templo religioso destacou que existe há 39 anos e que realiza atos de caridade em parceria com entidades filantrópicas. Entretanto, no julgamento, os desembargadores afirmaram que a penhora também atende a uma função social, a de prestar assistência a um trabalhador acidentado.

Apesar de dizer que as ações da instituição são louváveis, Eugênio afirmou que a igreja não faz parte do rol dos bens impenhoráveis. Por fim, o desembargador Mário Bottazzo acrescentou à decisão que a penhora não viola a “liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos”.

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STF homologa plano para melhorar condições de presídios

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu homologar o Plano Pena Justa, elaborado pelo governo federal e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para enfrentar os problemas encontrados nos presídios do país. A questão foi decidida em sessão virtual do plenário, que foi encerrada no último dia 19.

O plano foi protocolado em setembro deste ano no âmbito da ação na qual o Supremo determinou a elaboração de um plano nacional de enfrentamento aos problemas dos presídios brasileiros, como superlotação de detentos e disputas entre facções.

A determinação ocorreu em outubro de 2023, quando o STF estabeleceu o estado de coisas inconstitucional nas prisões do Brasil.

Com a decisão, a União e os estados foram obrigados a elaborar um plano para enfrentar os problemas do sistema penitenciário.

O Plano Pena Justa é composto por quatro eixos que tratam do controle de entrada e das vagas no sistema prisional; qualidade dos serviços prestados e da estrutura, reintegração social e política para não repetição do estado de inconstitucionalidade apontado pelo STF.

O plano também apresenta indicadores e metas para os anos de 2025, 2026 e 2027.

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