Última atualização 11/03/2023 | 14:12
Uma novidade na área da saúde já está à venda em uma rede de supermercados europeia. Um teste rápido consegue diagnosticar câncer de intestino em cinco minutos. O exame está dividindo a opinião de especialistas, apesar de ter 99% de precisão. Para muitos, o resultado pode desencadear reações negativas não apenas pelo abalo psicológico das pessoas.
Na prateleira, o Bowel Health Test, vendido pela empresa Newfoundland Diagnostics, é vendido ao equivalente a R$ 62,50. O passo-a-passo é simples, de acordo com a empresa. O paciente deve prender uma papel adesivo ao vaso sanitário e produzir amostra de fezes que serão coletadas em três regiões diferentes com um tubo coletor. O tamanho do material é semelhante ao de um grão de arroz. Em seguida, o procedimento exige misturar o conteúdo do potinho para depois acrescentar dez gotas da amostra em um tubo de reação que aponta o resultado do autoteste.
As únicas recomendações são não fazer a coleta durante a menstruação nem três dias após o fim do ciclo, em caso de hemorroidas hemorrágicas, sangue na urina. Além disso, o fabricante orienta as pessoas a não consumirem álcool, aspirina e outros medicamentos tomados em excesso até 48 horas antes do teste. A avaliação se assemelha ao tradicional exame de fezes para identificar a presença de sangue oculto, o que pode indicar o câncer de intestino ou outras doenças intestinais.
O recurso pode ser uma estratégia para evitar complicações dos tumores nessa área considerados um dos mais letais entre os brasileiros, superando o de pele, mama e próstata, conforme dados do segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Algumas vertentes consideram o exame rápido uma forma de aproximar pessoas com medo ou envergonhadas de um diagnóstico que pode ser precoce e ainda de incluir aquelas com dificuldade de acesso a serviços de saúde. Os sintomas mais comuns do câncer intestinal, predominante nas pessoas acima dos 50 anos, são diarreia ou constipação, fraqueza, anemia e perda de peso sem causa aparente.
“Queremos oferecer às pessoas a oportunidade de cuidar da própria saúde por um preço acessível. Com longos prazos de espera para realizar consultas e o preço elevado dos exames de laboratório, estamos oferecendo testes rápidos em casa que fornecem às pessoas conhecimentos vitais que podem aliviar a pressão no sistema de saúde e diminuir o estresse do paciente”, explicou o co-fundador da Newfoundland, Frederick Manduca, em entrevista ao jornal Independent.
Ainda não há registro do autoteste no Brasil. O receio de parte dos médicos é por falsos positivos, por isso, acreditam que o melhor seja a realização do exame em laboratório e posterior análise das conclusões junto a um especialista. O consenso está prevenção: adoção de hábitos saudáveis, prática de atividade física, redução do consumo de industrializados e de carne vermelha.
