Vaquinha virtual; veja o que pensam alguns políticos sobre ferramenta de arrecadação

A exatos 4 meses do primeiro turno das Eleições 2022, pré-candidatos a cargos eletivos ainda não têm conhecimento de como vai funcionar a vaquinha eleitoral ou preferem não utilizá-la alegando problemas com a futura prestação de contas à Justiça Eleitoral.

A arrecadação por crowdfunding, ou vaquinha virtual, já foi utilizada em outras duas campanhas, de 2018 e 2020, mas vem sendo vista por partidos como forma de angariar mais fundos e inflar as campanhas eleitorais deste ano.

De acordo com as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para utilizar a vaquinha, as siglas partidárias devem contratar empresas ou entidades com cadastro aprovado no TSE para fazer este tipo de trabalho, seguindo as normais gerais de financiamento de campanha e declarando todos os valores arrecadados na prestação de contas à Justiça Eleitoral. A lista das empresas credenciadas pode ser encontrada no site do TSE.

Dentro do processo para ter acesso ao dinheiro arrecadado, cada candidato deve requerer o registro da candidatura, ter inscrição no CNPJ e abrir conta bancária para acompanhamento da movimentação financeira da campanha. Com tudo pronto, as empresas que fazem as vaquinhas virtuais podem repassar os recursos angariados aos candidatos.

Pré-candidato a reeleição, o deputado estadual Humberto Teófilo (Patriota) disse que não conhece direito como funciona a vaquinha virtual e não tem ideia de como fazer uma. O mesmo aconteceu com o também pré-candidato a reeleição, deputado estadual Henrique Arantes (MDB), que afirmou não ter conhecimento do assunto. “Tenho de conhecer o que é e pensar sobre o assunto”.

A deputada estadual Lêda Borges (PSDB), pré-candidata ao mesmo cargo, disse que não vai usar vaquinha virtual porque acha muito difícil prestar contas depois à Justiça Eleitoral.

“As campanhas são curtas e difíceis. Não quero mais um instrumento que posso dificultar na hora da prestação de contas”, afirma.

A mesma ideia tem o deputado estadual Antônio Gomide (PT), que já teve problemas com a prestação de contas na campanha passada. “A parte digital dificulta na identificação dos colaboradores, então preferi não utilizar a vaquinha virtual”. Para ele, esse tipo de financiamento representa um avanço, mas precisa ser aprimorado para que a prestação de contas seja facilitada. “Nesta eleição vou contar com recursos próprios e com o Fundo Partidário”.

O deputado federal e pré-candidato à reeleição, Elias Vaz (PSB) ainda avalia se vai utilizar ou não a vaquinha virtual. De acordo com a assessoria de imprensa, ele ainda está analisando essa questão.

Decididos

Acostumado a fazer almoços e jantares para arrecadação de fundos para campanhas políticas, o vereador Mauro Rubem (PT) vê como um avanço tecnológico a vaquinha virtual, já permitida pelo calendário eleitoral a funcionar desde o último dia 15. “Ainda não está funcionando, mas nossa meta é conseguir até R$ 150 mil”.

Para o vereador, que é pré-candidato a deputado estadual pelo PT, a vaquinha virtual dá uma credibilidade e densidade à campanha, porque ela é financiada por quem acredita nos ideais do candidato. “Os apoiadores que financiam dá consistência à candidatura”, afirma. A vaquinha de Mauro Rubem ainda não foi ativada, mas as doações serão com valores a partir de R$ 30.

O pré-candidato a governador Gustavo Mendanha (Patriota) também vai utilizar a vaquinha virtual. A ferramenta, que está sendo finalizada pela equipe dele, deve ser ativada em breve. A meta ainda não foi estabelecida, mas as contribuições vão ser a partir de R$ 10. Ele lembra que a ideia da vaquinha partiu de um apoiador em um dos encontros que Mendanha tem participado.

“As pessoas sempre me perguntam como podem ajudar com a nossa pré-campanha, eu sinto que esse é um projeto coletivo. E, assim como lancei uma seção colaborativa para que as pessoas possam deixar sugestões de propostas, agora vamos incluir o financiamento coletivo para atender o pedido daqueles que querem nos ajudar”, afirmou.

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Goiás tem quatro cidades entre as de maior fluxo turístico do Brasil

Levantamento divulgado pelo Ministério do Turismo (MTur), na quarta-feira, 18, mostrou que Goiás figura com quatro municípios (Caldas Novas, Rio Quente, Goiânia e Pirenópolis) na principal categoria do ranking que mede o fluxo turístico e os empregos gerados pelo setor, em todo o Brasil.

Os destinos turísticos goianos, inclusive, dividem espaço na categoria A com outros locais consagrados no cenário nacional, como Campos do Jordão (SP), Porto Seguro (BA) e Gramado (RS).

Mapa do Turismo

A cidade de Pirenópolis voltou a integrar a categoria A do levantamento, feito com base em todos os municípios brasileiros que integram o Mapa do Turismo. Atualmente, Goiás possui 91 municípios cadastrados formalmente no Mapa do Turismo.

Desse total, 40,7% estão distribuídos nas principais categorias, sendo: 4,4% na categoria A; 16,5% na B; 19,8% na C; e 59,3% na categoria D.

“Temos um grande desafio pela frente, que é o de formalizar os profissionais que lidam diretamente com o turismo e que fazem com que pouco mais da metade dos nossos destinos figurem na categoria D. Mesmo assim, temos que celebrar os avanços conquistados pelos demais municípios, que estão galgando melhorias neste quesito e estão ampliando a participação da receita local com o turismo. Ver Pirenópolis alcançado a principal categoria é motivo de muita alegria”, declara o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral.

Os índices de fluxo de turistas e de empregos formais gerados utilizados no mapeamento do Ministério do Turismo foram levantados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e correspondem ao período de 2021.

Com base neste levantamento, os quatro municípios goianos que integram a principal categoria disponibilizavam na época 276 estabelecimentos de hospedagem (hotéis e pousadas), que geraram mais de 6 mil empregos diretos e contribuíram com os cofres públicos ao arrecadarem mais de R$11 milhões em impostos.

“Estamos diante de dados econômicos e de formalidade do setor que refletem o ano de 2021, ou seja, ainda dentro da pandemia. Nossa expectativa é que esse cenário seja redesenhado nos próximos levantamentos do Ministério do Turismo, pois vamos retratar um novo cenário, pós-pandêmico, onde o turismo goiano tem avançado a passos largos, acumulando recordes na formalização dos profissionais do setor, e de fluxo de turistas nos nossos destinos”, avalia o presidente da Goiás Turismo.

Um dado relevante da pesquisa é que Rio Quente, com apenas três estabelecimentos hoteleiros registrados foi responsável por arrecadar sozinha R$ 5,1 milhões em tributos e gerar quase dois mil empregos formais.

“Uma cidade que, em 2022, registrava quase 4 mil habitantes, ter quase 50% dos empregos destinados ao turismo é muito relevante. Juntamente com Caldas Novas, formam a região das Águas Quentes, um dos principais destinos turísticos do Brasil”, avalia Fabrício Amaral.

Em âmbito nacional, a pesquisa mostrou que houve um aumento de 151% no número dos municípios que passaram a integrar a categoria A do Mapa do Turismo Brasileiro, mostrando que em todo o país têm sido registrados avanços no setor.

O mapeamento permite ao poder público identificar pontos que merecem mais atenção para a promoção de políticas públicas, e entender melhor sobre o impacto econômico do segmento turístico em todo o Brasil, principalmente regionalmente.

Formalização do setor turístico em Goiás

Em novembro deste ano, Goiás bateu o recorde de adesão de profissionais no Cadastur, atingindo a marca de 8.200 registros e passando a liderar o ranking de cadastros no Centro-Oeste Brasileiro. O número de prestadores de serviços turísticos que atuam de forma legal no estado passou de 1,280 em 2019 para 8.200 em 2024.

O documento que comprova a legalidade de profissionais e empresas turísticas, garante segurança ao viajante e vantagens aos trabalhadores da área.

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