Última atualização 06/06/2022 | 12:29
A exatos 4 meses do primeiro turno das Eleições 2022, pré-candidatos a cargos eletivos ainda não têm conhecimento de como vai funcionar a vaquinha eleitoral ou preferem não utilizá-la alegando problemas com a futura prestação de contas à Justiça Eleitoral.
A arrecadação por crowdfunding, ou vaquinha virtual, já foi utilizada em outras duas campanhas, de 2018 e 2020, mas vem sendo vista por partidos como forma de angariar mais fundos e inflar as campanhas eleitorais deste ano.
De acordo com as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para utilizar a vaquinha, as siglas partidárias devem contratar empresas ou entidades com cadastro aprovado no TSE para fazer este tipo de trabalho, seguindo as normais gerais de financiamento de campanha e declarando todos os valores arrecadados na prestação de contas à Justiça Eleitoral. A lista das empresas credenciadas pode ser encontrada no site do TSE.
Dentro do processo para ter acesso ao dinheiro arrecadado, cada candidato deve requerer o registro da candidatura, ter inscrição no CNPJ e abrir conta bancária para acompanhamento da movimentação financeira da campanha. Com tudo pronto, as empresas que fazem as vaquinhas virtuais podem repassar os recursos angariados aos candidatos.
Pré-candidato a reeleição, o deputado estadual Humberto Teófilo (Patriota) disse que não conhece direito como funciona a vaquinha virtual e não tem ideia de como fazer uma. O mesmo aconteceu com o também pré-candidato a reeleição, deputado estadual Henrique Arantes (MDB), que afirmou não ter conhecimento do assunto. “Tenho de conhecer o que é e pensar sobre o assunto”.
A deputada estadual Lêda Borges (PSDB), pré-candidata ao mesmo cargo, disse que não vai usar vaquinha virtual porque acha muito difícil prestar contas depois à Justiça Eleitoral.
“As campanhas são curtas e difíceis. Não quero mais um instrumento que posso dificultar na hora da prestação de contas”, afirma.
A mesma ideia tem o deputado estadual Antônio Gomide (PT), que já teve problemas com a prestação de contas na campanha passada. “A parte digital dificulta na identificação dos colaboradores, então preferi não utilizar a vaquinha virtual”. Para ele, esse tipo de financiamento representa um avanço, mas precisa ser aprimorado para que a prestação de contas seja facilitada. “Nesta eleição vou contar com recursos próprios e com o Fundo Partidário”.
O deputado federal e pré-candidato à reeleição, Elias Vaz (PSB) ainda avalia se vai utilizar ou não a vaquinha virtual. De acordo com a assessoria de imprensa, ele ainda está analisando essa questão.
Decididos
Acostumado a fazer almoços e jantares para arrecadação de fundos para campanhas políticas, o vereador Mauro Rubem (PT) vê como um avanço tecnológico a vaquinha virtual, já permitida pelo calendário eleitoral a funcionar desde o último dia 15. “Ainda não está funcionando, mas nossa meta é conseguir até R$ 150 mil”.
Para o vereador, que é pré-candidato a deputado estadual pelo PT, a vaquinha virtual dá uma credibilidade e densidade à campanha, porque ela é financiada por quem acredita nos ideais do candidato. “Os apoiadores que financiam dá consistência à candidatura”, afirma. A vaquinha de Mauro Rubem ainda não foi ativada, mas as doações serão com valores a partir de R$ 30.
O pré-candidato a governador Gustavo Mendanha (Patriota) também vai utilizar a vaquinha virtual. A ferramenta, que está sendo finalizada pela equipe dele, deve ser ativada em breve. A meta ainda não foi estabelecida, mas as contribuições vão ser a partir de R$ 10. Ele lembra que a ideia da vaquinha partiu de um apoiador em um dos encontros que Mendanha tem participado.
“As pessoas sempre me perguntam como podem ajudar com a nossa pré-campanha, eu sinto que esse é um projeto coletivo. E, assim como lancei uma seção colaborativa para que as pessoas possam deixar sugestões de propostas, agora vamos incluir o financiamento coletivo para atender o pedido daqueles que querem nos ajudar”, afirmou.