Vazamentos de esgoto contaminam peixes e crustáceos do Reino Unido com cocaína

Vazamentos de esgoto contaminam peixes e crustáceos do Reino Unido com cocaína

As tempestades que assolaram o Reino Unido no último ano resultaram em uma contaminação na vida marinha ao longo da costa, devido aos vazamentos de esgoto que despejaram uma variedade de substâncias no mar. De acordo com uma reportagem do “Daily Star“, peixes e crustáceos estão agora carregados com uma série de drogas, incluindo cocaína, pílulas anticoncepcionais e antidepressivos.

A Agência Ambiental divulgou que houve um aumento alarmante de 54% nos vazamentos de esgoto na Inglaterra em 2023, totalizando 464.056 ocorrências, em comparação com o ano anterior.

Esses vazamentos têm consequências diretas para a vida marinha, já que os resíduos humanos acabam sendo despejados no mar, afetando os animais que habitam as águas costeiras do país. Dado que o Reino Unido tem um consumo per capita de cocaína superior ao de qualquer outro país europeu, e que suas taxas de consumo superam até mesmo as do México e da Colômbia, os animais marinhos estão sofrendo os efeitos colaterais desse consumo desenfreado.

O professor Alex Ford, biólogo marinho da Universidade de Portsmouth, explicou em uma entrevista ao programa “Good Morning Britain”, da ITV, que os vazamentos de esgoto contribuem diretamente para essa situação. Ele observou que a estação de tratamento de esgoto não consegue lidar adequadamente com a quantidade de resíduos produzidos, resultando no despejo direto no ambiente marinho. 

Ford tem realizado análises das águas ao redor do porto de Langstone, em Hampshire, e constatou que os animais marinhos estão repletos de drogas, incluindo cocaína, pílulas anticoncepcionais e antidepressivos.

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Espanha investiga Airbnb em ofensiva contra aluguéis turísticos irregulares

O governo da Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb, acusando a plataforma de não remover milhares de anúncios irregulares que, segundo autoridades e moradores, contribuem para a falta de moradias e a elevação dos preços de aluguel e imóveis no país.

A ação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Airbnb, que confirmou ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério dos Direitos do Consumidor. O órgão, no entanto, não mencionou o nome da empresa publicamente. Caso seja considerada culpada, a plataforma enfrenta uma multa de até 100 mil euros (cerca de R$ 650 mil) ou um valor equivalente a quatro a seis vezes o lucro gerado pelas práticas consideradas irregulares.

A investigação integra uma ampla campanha da Espanha para limitar o impacto do aluguel turístico em cidades, especialmente em plataformas como Airbnb e Booking.com. Muitos espanhóis atribuem a essas práticas a escassez de moradias, o turismo excessivo e a dificuldade dos moradores locais em pagar aluguéis.

De acordo com o Ministério dos Direitos do Consumidor, a plataforma investigada foi notificada para remover anúncios de imóveis classificados como “publicidade ilegal” devido à ausência de licenças para uso turístico, mas a solicitação não foi atendida, resultando no início de um processo disciplinar.

Defesa do Airbnb

O Airbnb afirmou que orienta os anfitriões a garantir que possuem as permissões necessárias para alugar seus imóveis e seguem as normas locais. A empresa alegou que o governo não forneceu uma lista clara de anúncios fora de conformidade e argumentou que nem todos os proprietários precisam de licença para alugar.

Além disso, a plataforma contestou a autoridade do Ministério para regulamentar aluguéis de curto prazo, citando decisões judiciais, incluindo uma de 2019 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que classificou o Airbnb como um “serviço da sociedade da informação”, e não como um agente imobiliário. A empresa declarou ainda que não tem obrigação de monitorar os conteúdos publicados, em conformidade com a Lei de Serviços Digitais.

Regulamentação mais rígida em andamento

O Ministério dos Direitos do Consumidor reforçou que a maioria das regulamentações regionais exige que anúncios de residências turísticas incluam o número da licença, e a ausência dessa informação é considerada publicidade ilegal. O porta-voz do órgão evitou comentar diretamente sobre a investigação, alegando não poder confirmar o nome da plataforma envolvida.

Medidas mais severas contra aluguéis turísticos já foram tomadas em Barcelona. Em junho, o prefeito Jaume Collboni anunciou a proibição total de aluguéis de curto prazo até 2028. A decisão, atualmente contestada por associações de proprietários de imóveis turísticos, foi criticada pelo Airbnb, que alegou favorecer apenas o setor hoteleiro, sem resolver os problemas de turismo excessivo e crise imobiliária.

A repressão aos aluguéis turísticos não se limita à Espanha. Outros países europeus, como Itália e Croácia, também adotaram ações para restringir o crescimento desse tipo de locação.

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