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Vazio e tensão nas ruas

Última atualização 29/05/2018 | 16:54

Ao percorrer por todo o corredor da T-9, o Diário do Estado encontrou apenas um posto funcionando, os outros 3 estavam fechados

O Diário do Estado percorreu por todo o corredor da avenida T-9 para verificar quantos postos de gasolina estavam paralisados sem combustível, dentre os quatros apenas um ainda estava abastecendo, mas o frentista, que preferiu não se identificar, conta que o produto está acabando. Se for para analisar brevemente a conjuntura do nosso país, é claro que estamos passando por um momento de grande tensão social e política. Os discursos conflitantes dos manifestantes se contradizem, quando por exemplo solicitam um pedido de “Intervenção Militar” dentro de um levante popular que paralisou todo o país e despertou a comodidade do brasileiro. Este movimento, que começou de forma autônoma, protestam contra os impostos abusivo mas imploram que estabeleça a “ordem”. A memória histórica da população adoece e falha.  Não queremos os tempos sombrios de 1964. Não, não queremos.

A paralisação dos caminhoneiros completa nesta terça-feira nove dias, e apesar das concessões anunciadas por Michel Temer (PSDB), como a queda do valor do litro do diesel, ainda assim as rodovias continuam paralisadas. Embora o movimento tenha perdido sua força, a maioria da população apoia e aproveitam o alarde do movimento para reivindicar outras pautas para o governo, como por exemplo mais investimentos na área da saúde, educação e segurança. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a volta do abastecimento de etanol, gasolina e diesel deve demorar ao menos uma semana para voltar ao normal. Temer tenta articular um acordo com os manifestantes à todo custo, mas as concessões não atendem o pedido dos trabalhadores e as medidas propostas pelo presidente chega a ser vergonhosas.

O movimento cresceu sem nenhuma base sindicalista, e se moldou de forma autônoma atingindo, de modo horizontal,  a classe trabalhadora em geral. O descontentamento da população com os impostos abusivos provocou um “boom” gerando uma mobilização popular e apoio aos caminhoneiros. Não é só por 46 centavos. O salário mínimo obteve um reajuste abaixo da inflação em 2018, o aumento? “17 reais!” Isso mesmo, o valor de R$ 937 foi para 954,00, oferecendo ao brasileiro um salto quântico no “poder de compra”. É cômico se não fosse trágico, existe um malabarismo orquestrado diariamente por uma família de brasileiros, em cada canto do país, quando vão ao supermercado. O pânico existe quando têm que abdicar de algum alimento para levar o outro mais “importante”.

O arrocho é de ponta a ponta. Neste cenário, o país vai se transformando em um efeito dominó incessante, paralisando vários setores e sendo ignorado por um governo fascista e impopular como o de Temer. É de se temer, Brasil! A prova disso é quando o momento se torna oportuno, para aquele empresário corrupto elevar o valor do gás de cozinha que há dias atrás custava 70 reais, e hoje, chega a bagatela de 200. De acordo com a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) a autuação estão sendo realizadas, por meio de denúncias feitas por consumidores. Alguns estabelecimentos elevaram o preço do gás covardemente e está sendo autuados por meio do Procon. E assim o país segue, em um clima de tensão e medo. A sensação aparentemente, em relação à paralisação, é uma instabilidade no movimento, a preocupação é a resistência deste protesto.