Vereador é acusado de racismo após imitar som de macaco durante sessão na Câmara

Vereador é acusado de racismo após imitar som de macaco durante sessão na Câmara

O vereador Lincon Albuquerque (Cidadania) está sendo acusado de injúria racial após reproduzir sons de macaco enquanto um colega discursava em uma sessão na Câmara de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. A situação foi denunciada a Polícia Civil pelo também vereador Carlos Lopes Ribeiros (Solidariedade), conhecido como Carlim Imperador, e está sendo investigado.

O caso ocorreu nesta segunda-feira, 13, durante a votação de um projeto de lei que prevê a criação de uma loteria municipal. Na gravação, que foi ao ar no canal oficial do órgão legislativo, mostra o momento em que Carlim Imperador tenta justificar o seu voto contra a aprovação do projeto, mas acaba iniciado uma discussão entre os vereadores.

Neste momento, Lincon faz um sinal com a mão, dando a entender que o colega estava ‘falando demais’ e passou a reproduzir sons de macaco para Carlim. Os outros parlamentares que estavam discutindo acabam fazendo silêncio.

“Na hora me deu um branco, fiquei muito envergonhado, porque ele tentou me desprestigiar como pessoa”, lamentou o vereador.

Após o ocorrido, Carlim procurou a delegacia para denunciar a discussão como injúria racial e a investigação foi confirmada pela Polícia Civil.

O vereador também utilizou as redes sociais para falar sobre o caso e pedir para que as pessoas tenham mais consciência sobre este tipo de violência, para que novas situações não aconteçam. “Não é a cor, não é a condição social, que vai diferir um cidadão. Somos todos iguais perante a lei. Estou extremamente constrangido e ofendido com o professor Lincon. Um vereador, um professor, não pode cometer uma barbárie como essa”, afirmou.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp