Vereador entra com projeto de lei para frear liberação de prédios irregulares, em Goiânia

“Não sendo crível que uma canetada de um juiz possa permitir que construções irregulares possam ser erguidas no município em total desrespeito à legislação aprovada por esta Casa e sancionada pelo prefeito”

Entrou em tramite nesta semana na Câmara Municipal de Goiânia, um projeto de lei de autoria do vereador Carlin Café (PPS), que tenta frear a liberação de prédios irregulares pela Justiça, à revelia da legislação municipal. A proposta altera o Código de Obras e Edificações do Município, estabelecendo que a certidão de conclusão de obra concedida em razão de decisão judicial passa a ser provisória até que todos os recursos sejam julgados.

Deve constar no corpo da certidão a precariedade da mesma e apresentar o risco de interdição ou até mesmo demolição da obra no caso de reforma da decisão judicial. Carlin Café justificou que as leis existem para serem cumpridas. “Não sendo crível que uma canetada de um juiz possa permitir que construções irregulares possam ser erguidas no município em total desrespeito à legislação aprovada por esta Casa e sancionada pelo prefeito”, afirma.

Carlin Café é presidente da Comissão de Habitação da Câmara, e aproveitou para reforçar a crítica ao precedente criado pela Justiça ao permitir de forma arbitrária empreendimentos irregulares na capital. Como exemplo, o parlamentar citou o caso do prédio City Vogue Praça do Sol Residence, localizado no Setor Oeste, na capital. O empreendimento foi construído em desacordo com o projeto aprovado pela gestão municipal e extrapolou em mais de 20 metros a altura prevista inicialmente. Mas, passou, na última semana, a contar com a certidão que atesta que o imóvel está pronto para ser habitado e que foi construído conforme as exigências legais.

Concessão

A concessão do documento foi possível por meio de uma decisão de liminar, da última semana, emitida pelo juiz José Proto de Oliveira, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal, em favor da construtora City Soluções Urbanas. No teor da decisão, o magistrado ressaltou que a empresa não conseguia o documento apenas por “questões burocráticas” e desconsiderou quaisquer perigos na integridade física do empreendimento. José Proto ainda estipulou uma multa no valor de R$ 176 mil reais a ser paga pela construtora, com base em uma lei que sequer poderia abranger o City Vogue Praça do Sol.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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