A vereadora Benny Briolly (PSOL-RJ) foi alvo de discriminação no plenário da Câmara Municipal de Niterói, no Rio de Janeiro. Os ataques em relação ao gênero dela começaram durante votação de um projeto de lei de cotas para pessoas transexuais em concursos públicos. O episódio ocorreu nesta quarta (17).
“Durante minha fala , quando apresentava dados sobre a transfobia brasileira, os gritos e xingamentos dos bolsonaristas me interrompiam. Fui chamada de “traveco”, “viadinho” e “piranha”. Foi muito violento!”, denuncia Benny, que é a vereadora mais votada em Niterói e a primeira vereadora travesti do estado do Rio de Janeiro. Ela retornou ao País há seis meses, após sofrer ameaças de morte.
Os dados apresentados por ela durante discurso também foram motivo de preconceito. Segundo a vereadora, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro a acusaram de usar números mentirosos. Para eles, é falso que o Brasil é responsável por 41% de todos os assassinatos de pessoas trans no mundo, de acordo com relatório da organização Transgender Europe (TGEU).
Voz de prisão
Na confusão, o vereador Douglas Gomes chegou a dar voz de prisão para a uma travesti que estava na galeria do plenário da Câmara.
“Ele com muitas falas infelizes, transfóbicas e fascistas me deu voz de prisão depois de eu expor o fascismo dele. Uma voz de prisão de um homem branco cisgênero dentro de um lugar onde lutamos por democracia, mas sabemos de quem é a voz que mais fala e que manda. Me senti oprimida!”, afirma Colle, articuladora da Casa Nem.
A votação do projeto de lei deve ser retomada nesta quinta (18).