O pastor goiano Gilmar Santos, apontado como um dos líderes do gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC), juntamente com o pastor Arilton Morais, se pronunciou na noite desta quarta-feira (24) após ter o nome citado pelo ministro da pasta Milton Ribeiro, como responsável por um esquema de corrupção dentro do MEC.
Por meio de uma nota publicada nas redes sociais, o líder da Assembleia de Deus Ministério Cristo para Todos, com sede em Goiânia, negou a participação no grupo em que cobraria valores para priorizar demandas de prefeitos junto à pasta. Para o pastor, as acusações são levianas. Ele também ressaltou que é ministro há 37 anos e afirma que neste período buscou construir uma reputação de honestidade.
“Nego, peremptoriamente, a falácia de que pedi, recebi, mandei pedir, ou, de alguma forma, contribuí, para o recebimento de propina, ou qualquer outro ato de corrupção junto ao Ministério da Educação, bem como ao atual ministro titular da referida pasta. Também ab-rogo a falácia de que faço parte de um gabinete paralelo de pastores com quaisquer das finalidades elencadas anteriormente”, afirmou no comunicado.
Gilmar também negou a informação de que seria um “lobista“, e explicou que nunca viajou em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), além de não ter realizado pedidos ao Presidente da República Jair Bolsonaro ou a “nenhuma autoridade de outra pasta do atual governo”.
“Forte nestas razões, e nas minhas convicções, afirmo categoricamente à sociedade brasileira que nunca houve de minha parte interferência nas relações institucionais do MEC, para com os entes municipais, seja diretamente, com seus representantes legais, ou indiretamente, por
delegatórios de qualquer ordem. Afirmo que, também, não quedei-me do meu ofício ministerial profético de orar pelas autoridades deste país quando tive oportunidade”, afirmou.
Polêmica com Prefeito de Bonfinópolis
Gilmar e o pastor Arilton foram denunciados pelo Prefeito de Bonfinópolis, Kelton Pinheiro, após pedirem R$ 15 mil para direcionar recursos do MEC para o município, para a prefeitura construir uma escola. Segundo o chefe do executivo, o caso aconteceu durante uma reunião da pasta com prefeitos de todo o país no dia 11 de março de 2021, em Brasília. Kelton explica que após a reunião, ele e outros prefeitos foram convidados por Arilton para almoçar em um restaurante.
“Depois que terminamos a refeição, o pastor Arilton se sentou ao meu lado e disse que tinha o recurso que eu precisa para construir a escola. Porém, pediu R$ 15 mil em mãos ou por transferência e disse que precisava ser no mesmo dia. Achei a proposta indecente e então falei que não tinha o dinheiro e a legalidade do município para fazer o acordo”, explicou.
O pastor, segundo o prefeito, insinuou que ofereceu o mesmo acordo para outros chefes executivos que também foram convidados para o almoço, mas que os valores cobrados seriam ainda maiores chegando a casa dos R$ 40 mil. Além disso, Kelton diz que a quantia precisava ser paga com antecedência, para que o pastor arcasse com suas despesas no DF.
“O pastor Gilmar Santos também estava no almoço e chegou a questionar Arilton se ele não parcelaria o dinheiro pedido. No entanto, o pastor Arilton disse que não conseguiria e que estava fazendo barato por ser uma indicação do próprio Gilmar. Ele falou ainda que precisa ser pago com antecedência porque os políticos são um bando de malandros. Gilmar me disse que o dinheiro seria para custear a assessoria, locomoção e hospedagem de Arilton”, concluiu.
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