Vigilância Sanitária interdita clínica de recuperação clandestina em Aparecida

A Vigilância Sanitária (Visa) da Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS) interditou, na manhã desta terça-feira (10), no Jardim Dom Bosco II, uma clínica clandestina de recuperação. A Comunidade Terapêutica Reconstruindo abrigava 38 internos. No local, foram encontradas diversas irregularidades, como falta da documentação necessária e condições insalubres para os internos.

A interdição, realizada com o apoio de profissionais do Consultório Na Rua, da SMS, da Secretaria de Assistência Social e da Guarda Civil Municipal (GCM), foi feita após denúncias de moradores da região à Polícia Militar que relataram que alguns internos da clínica estariam praticando furtos e usando drogas nas imediações.

Estrutura precária

O diretor da Visa, Rildo José dos Santos, declarou que “chegamos aqui e ficamos estarrecidos com as condições do local, que está sendo interditado por não possuir nenhuma documentação junto aos órgãos competentes e as instalações são de total insalubridade, sem as mínimas condições de higiene. Além disso, encontramos alimentos e medicamentos vencidos há mais de um ano, outros sem rótulo, e a estrutura em geral é muito precária.”

Após uma primeira visita, há uma semana atrás, a equipe de fiscalização da Visa constatou que o local tinha várias irregularidades, dentre elas a falta de alvará de funcionamento. “O proprietário alegou que não consegue tirar a documentação necessária, mas este local já existe há dez anos de maneira totalmente clandestina, inclusive cobrando valores de cada interno como pagamento pela permanência aqui. Agora o caso será encaminhado, também, para a Polícia Civil”, afirmou o diretor da Visa.

Durante a interdição, a assistente social Tânia Gonçalves da Silva relatou que a entidade abrigava 38 indivíduos, dentre dependentes químicos e pessoas com deficiência. “Fizemos uma triagem dos internos, avisamos aos familiares deles para que viessem buscá-los e os que não têm família, ou que são moradores de rua, verificamos com cada um se desejam tratar-se, e, nesse caso, os encaminhamos para uma comunidade terapêutica”, sublinhou ela.

Acolhimento adequado

O vendedor J.P, de 22 anos de idade, um dos internos, ficou muito confuso com a movimentação e foi orientado pelos profissionais da Saúde Mental. Ele disse que gosta de ficar no local, mas sabe que não estava sendo tratado para a dependência química em álcool e cocaína: “Aqui é um lugar para eu ficar sossegado, sem arranjar briga. Tenho muita dor de cabeça, não consigo ficar sem beber, não tenho esperança na vida. Então vou tentar um tratamento melhor, vamos ver ”.

Em meio à interdição, os profissionais da SMS conversaram com os internos, avaliaram a saúde de cada um, providenciaram encaminhamentos para tratamentos, tiraram dúvidas e questionaram sobre a experiência de cada um no local.

Um idoso em uma cadeira de rodas, que estava mais afastado do grupo principal em um pátio de terra batida, foi amparado por uma assistente social que explicou o que estava acontecendo. Sem família nem ter para onde ir, ele ouviu a explicação de que seria encaminhado para uma instituição segura e adequada para acolhê-lo.

Foto: Enio Medeiros

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Polícia desmantela esquema nacional de golpes bancários

Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagra a Operação Falsa Central, uma ação coordenada pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Gref), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Foram cumpridos 95 mandados judiciais em todo o país — 58 de busca e apreensão e 37 de prisão —, além do bloqueio de 438 contas bancárias ligadas ao grupo.

A operação, nesta quinta-feira (21/11), que contou com apoio das polícias civis de São Paulo, Pernambuco, Pará, Piauí e Ceará, teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada no golpe da falsa central bancária. O esquema causou prejuízos de aproximadamente R$ 200 mil a 27 vítimas identificadas apenas em Goiás.

O delegado William Bretz, chefe do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Deic), conta que a Operação terá desdobramentos.

“A partir da análise do número 0800 usado no golpe, os investigadores descobriram outras 449 linhas vinculadas ao grupo, sugerindo um esquema de alcance nacional. Embora a primeira fase da operação tenha focado nas vítimas goianas, há indícios de centenas de outras vítimas em diferentes estados, que serão o alvo das próximas etapas”, disse.

Os envolvidos responderão por crimes como fraude eletrônica, furto mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem chegar a 29 anos de prisão. As investigações continuam sob responsabilidade do Gref/Deic de Goiás.

Alerta à população:

A Polícia Civil orienta que a população desconfie de mensagens ou ligações suspeitas sobre compras não reconhecidas e que jamais realize transações ou forneça dados pessoais sem antes confirmar diretamente com seu banco.

Em casos suspeitos, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência imediatamente.

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