Zara é indiciada por racismo e usa código contra “suspeitos” em Fortaleza

Segundo o delegado, alto-falantes anunciavam código 'Zara zerou' para que supostos suspeitos fossem observados por funcionários

A Polícia Civil do Ceará, apresentou nesta terça-feira (19), os resultados das investigações pelo crime de racismo contra a delegada Ana Paula Barroso, que foi impedida por um segurança de entrar em uma loja de roupas do shopping Iguatemi, em Fortaleza, no último dia 14 de setembro.

Segundo o delegado Sérgio Pereira dos Santos que investiga o caso, a prática de discriminação era comum no local. A loja usava um código sonoro “Zara Zerou”, para que os funcionários observassem supostos “suspeitos”. Geralmente, eram considaderadas suspeitas pessoas negras e que usassem roupas simples.

“Era um comando dado para que todos os funcionários da loja, a partir de então começassem a observar aquela pessoa não como consumidor, mas como ‘suspeito em potencial’ que precisava ser mantido sob vigilância da loja”, disse.

Código suspeito

Na época do ocorrido a loja alegou que a vítima foi barrada por estar usando de forma indevida, a máscara de proteção individual. Entretanto, Sérgio alega que imagens do circuito de segurança interno da loja mostram que, na verdade apenas negros eram barrados. “Nas imagens, é possível ver quando a vítima é expulsa do local, quando minutos antes, o mesmo funcionário atendeu uma cliente que, mesmo não consumindo nenhum alimento, não fazia o uso correto da máscara”, informou a polícia civil.

O gerente da loja, Bruno Felipe Simões Antônio foi indiciado pela polícia civil por racismo.

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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