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10 fatos sobre a Proclamação da República

Todo 15 de novembro é dedicado para relembrar um marco na história do Brasil que aconteceu nesse mesmo dia e mês, mas no ano de 1889: a Proclamação da República. Trata-se de um levante político-militar que instaurou a forma republicana federativa presidencialista de governo no Brasil, derrubando a monarquia e, consequentemente, colocando fim à soberania do Imperador Dom Pedro II. A data registra uma mudança significativa na política brasileira e, apesar de estar indo para seus 132 anos, há alguns fatos interessantes sobre esse acontecimento que talvez você não saiba até hoje. Pensando nisso, preparamos uma lista com 10 curiosidades sobre a Proclamação da República no Brasil.

10. O primeiro a dar o grito da República foi o sargento-mor e vereador de Olinda Bernardo Vieira de Melo. O militar lançou a proposta em 10 de novembro de 1710 porque estava insatisfeito com a exploração abusiva do país
pelos monarcas portugueses. O pedido foi rejeitado.

9. A elaboração do plano de transição da Monarquia para República aconteceu de portas fechadas. Nos encontros, militares, políticos e acadêmicos debatiam maneiras de compartilhar as ideias republicanas, de obter cargos públicos e criar partidos políticos.

8. No dia 15 de julho de 1889, Adriano Augusto do Valle, um republicano português, disparou contra D. Pedro II no momento em que ele saía de um concerto na cidade do Rio de Janeiro. Enquanto atirava, o sujeito gritava frases que refletiam seu posicionamento político. Apesar da tentativa, Valle não conseguiu acertar o Imperador e, no dia seguinte ao ocorrido, foi preso por tentativa de assassinato. Na época Dom Pedro II escolheu abafar o caso com objetivo de desencorajar demais interessados e impedir o aumento da moral do movimento republicano. Por isso esse acontecimento não é tão comentado nas aulas de história.

7. A República foi proclamada por meio de um golpe militar que estava previsto para acontecer no dia 20 de novembro de 1889, não no dia 15. Um dos motivos da antecipação foi o fato de conspiradores revolucionários terem espalhado um boato de que o governo havia mandado prender o Marechal Deodoro com Benjamin Constant, seu aliado. O boato funcionou e, então, na madrugada de 15 de novembro, o Marechal liderou as tropas militares para pôr fim na monarquia.

6. Ao proclamar a República, Deodoro da Fonseca estava com um ataque de dispneia. Foi tirado da cama no meio da noite para comandar o cerco ao Ministério. Foi sem a espada, porque seu ventre estava muito dolorido. O cavalo baio que usou não foi mais montado até a sua morte, em 1906.

5. De acordo com alguns historiadores, a Princesa Isabel era vista pela elite brasileira como desqualificada para liderar o Brasil, por diversos motivos. Dentre eles estavam o fato de uma ser mulher, além da impopularidade de seu marido Gastão de Orléans, o Conde d’Eu. Para a elite brasileira, a gestão da Princesa teria forte influência estrangeira por conta do seu esposo. Acreditavam ainda que sua religiosidade teria poder sobre ela, já que seguia fortemente aos mandamentos da Igreja Católica, sendo esse outro motivo que a configurava incapacitada para exercer a liderança. Ao assinar a Lei Áurea, em 1888, os ex-donos de escravos foram outra classe a pregar a inaptidão da Imperatriz. Eles a julgavam “piedosa demais” e sem “pulso firme” para governar. Essas questões só influenciaram ainda mais para que a mudança política brasileira ocorresse.

4. Outro motivo que pode ter sido decisivo para que Deodoro da Fonseca aceitasse liderar as torpas, foi saber que, em 20 de novembro — na data em que estava marcada a proclamação — Gaspar Silveira Martins seria nomeado o novo presidente do Conselho de Ministros do Império. Deodoro e Gaspar eram inimigos públicos desde os tempos onde o Marechal serviu no Rio Grande do Sul, quando ambos disputaram a atenção da Baronesa do Triunfo e ela preferiu Gaspar Silveira. Desde então, ele fazia declarações para provocar o Marechal, questionando sua capacidade militar e como homem.

3. Quando passou pelo portão do Ministério da Guerra, o marechal acenou com o quepe e ordenou às tropas que se apresentassem. As tropas se perfilaram e ouviram-se os acordes do Hino Nacional. Estava proclamada a República. Não houve derramamento de sangue.

2. Marechal Manuel Deodoro da Fonseca era muito conhecido por ser amigo pessoal de D. Pedro II e um monarquista. Por isso, apesar de ter proclamado a República, Deodoro não participou diretamente no planejamento do golpe que levou à destituição do Imperador. Os republicanos não encontravam uma maneira democrática de instaurar o republicanismo, por isso decidiram se aproveitar da posição do Marechal — que era visto como herói da Guerra do Paraguai — para liderar o motim.

1. Mesmo depois de proclamada a República, ninguém quis levar o telegrama com a notícia para D. Pedro II, que estava em seu palácio em Petrópolis. No meio da noite, o major Sólon Ribeiro foi ao encontro do Imperador, que teve que ser acordado. Com medo de manifestações a favor da monarquia, os líderes do movimento pediam que D. Pedro II e sua família partissem naquela mesma madrugada. Dizem os relatos que a Imperatriz Tereza Cristina chorou, que Isabel ficou muda e que o Imperador apenas soltou um desabafo: “Estão todos loucos!”