Putin reage a declarações da Otan e prepara armas nucleares

O presidente russo Vladimir Putin mandou o exército preparar forças nucleares no fim da manhã deste domingo (27). A decisão foi uma reação ao que considerou declarações ofensivas por parte de alguns membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters.

Durante pronunciamento na TV estatal, o russo aproveitou para convencer a população de que a agressão é mútua.

“Como vocês podem ver, países do Ocidente não só tomam medidas não amistosas contra nós na dimensão econômica. Eu me refiro às sanções que todos conhecem bem e também aos principais dirigentes que lideram a Otan que se permitem fazer declarações agressivas em relação ao nosso país. Dessa forma, comando ao ministro da Defesa para que as forças de deterrência do país estejam de prontidão”, afirmou.

A preocupação de Putin é com o risco de a militarização da Ucrânia, por meio da Otan (composta por 30 países membros, não incluindo a Rússia). Para ele, isso representaria uma ameaça ao seu país e, então, se baseia nesse argumento para justificar os ataques com mísseis iniciados nesta quinta (24).

A  aliança entre os integrantes seria uma avanço do ocidente no leste europeu e se fundamenta no apoio para defesa, o que poderia reforçar o poder bélico da Ucrânia contra os russos. Por isso, nesta semana ele ameaçou a Finlândia e a Suécia, caso entrem para a Otan e apoiem o país alvo. “Quem interferir levará a consequências nunca antes experimentadas na história”, declarou.

Neste domingo (27), quarto dia de invasão russa, soldados invadiram Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, localizada a 400 quilômetros da capital Kiev. Eles explodiram um gasoduto de gás natural e ainda atingiram um depósito de lixo radioativo com um míssil. As cidades de Kherson, no sul, e Berdyansk, no sudeste, foram bloqueadas pelo inimigo.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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