Efeito climático raro pode trazer sérias consequências para Goiás

Março deve ser menos chuvoso na região sudoeste de Goiás. A previsão meteorológica desfavorável para os produtores rurais tende a elevar os preços das carnes ainda mais. É que a plantação de milho e sorgo pode ser afetada com o ritmo desacelerado das águas e torná-lo mais salgado para a ração dos bovinos e das aves.

O comprometimento do desenvolvimento da planta ocorre devido ao atraso na colheita da soja e consequente demora no plantio do milho e do sorgo. Além disso, a seca no sul do Brasil também prejudicou a oferta dessa matéria-prima fazendo valer a lei da procura e da demanda, ou seja, elevando o preço de um dos principais itens da cadeia agropecuária.

De acordo com o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, a expectativa era de início do período de seca somente em maio. “O fenômeno La Niña, que é o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, está ativo desde outubro do ano passado. As projeções já apontavam para chuvas irregulares nos próximos seis meses. Agora, em março, os indicadores apontam chuva abaixo da média em relação a todo, como no ano passado, e preocupa por causa do plantio da segunda safra”, explica.

Para outras regiões do estado, a previsão é a presença desacelerada do período de chuvas bem ao estilo de Tom Jobim e Elis Regina com a máxima “são as águas de março fechando o verão”. As estatísticas apontam que elas serão irregulares, menos volumosas, mas com chance de temporais esporádicos.

Nos últimos dias, o tempo com a ameaça constante de chuva e calor escaldante vem dominando o céu no estado. Segundo André, deve permanecer assim enquanto estivermos com o vórtice ciclônico de altos níveis (VCAN) em ação na região central do País. Por causa dele ocorre um bloqueio atmosférico no qual a formação de chuvas ocorre com mais dificuldade, e, somado às altas temperaturas, resulta no mormaço característico desde a semana passada.

Justamente por isso, o final de semana que começa nesta sexta (04) deve ser de sol e variação de nebulosidade em todo o estado. A combinação de calor e umidade vai auxiliar a ocorrência de pancadas de chuvas que podem ser localmente fortes e acompanhadas de rajadas de vento e raios. “Temos uma frente fria causando chuvas na altura de São Paulo e do Paraná que resulta em áreas de instabilidade na área central brasileira. Em Goiás, ela nos influencia com a circulação de umidade”, detalha o gerente do Cimehgo.

Crise hídrica

A queda do regime de chuvas pode impactar na oferta hídrica para os goianos. O alerta serve para a população consumir o recurso com moderação, apesar de cursos d’água estarem aparentemente em bom nível e a própria barragem do rio João Leite ter alcançado o volume máximo.

“Como a chuva vai parando pelo cenário de estiagem mais antecipado, os rios vão respondendo. As pessoas começam a consumir mais água, usarem mais o ar condicionado, tomarem mais banho e aumentarem o consumo de água. Vários rios não têm reservação e a tendência sentirmos na pele o calor e a baixa nos rios a partir de meados de abril”, frisa André.

Evento raríssimo

Neste ano, o Brasil pode viver um evento climático raro: a La Niña ocorrendo por mais de dois anos consecutivos. Assim como no ano passado em que houve o predomínio do fenômeno, as previsões para 2022 são de chuvas terminando em abril para dar início à estiagem e ainda retorno delas entre outubro e novembro.

Softwares avançados de computador apontam para 35% de chances disso ocorrer. Nos cálculos, 45% indicam neutralidade do fenômeno e 20% de El Niño. Se a possibilidade apontada por alguns modelos climáticos se tornar uma realidade, esta será a quarta vez em que essa situação ocorre. Os registros começaram em 1950 e notificaram esse tipo de ocorrência de 1954 a 1956 e depois entre 2010 e 2012. Um dado inédito é a La Niña que ocorreu por quatro anos de 1973 a 1976.

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Intervenção programada da Saneago afeta bairros em Goiânia neste sábado, 23

No sábado, 23, as equipes da Saneago realizarão uma intervenção programada para executar a segunda etapa da interligação de adutora de água tratada que liga o Bairro Vila Adélia ao Centro de Reservatório Atlântico, em Goiânia. Essa operação, que ocorrerá entre 4h e 17h, pode prejudicar o abastecimento de água em mais de 120 setores da cidade.
 
A intervenção afetará vários bairros de Goiânia, incluindo Anhanguera, Conjunto Cachoeira Dourada, Conjunto Residencial Monte Carlo, Faicalville, Jardim Ana Lucia, Jardim Atlântico, Jardim Europa, Jardim Florença, Jardim Planalto, Jardim Presidente, Jardim Sonia Maria, Jardim Tancredo Neves, Jardim Vila Boa, Loteamento Celina Park, Novo Horizonte, Parque Anhanguera I, Parque Anhanguera II, Parque Oeste Industrial, Prive Atlântico, Recreio Funcionários Públicos, Residencial Aquarius I, Residencial Aquarius II, Residencial Canadá, Residencial Eldorado, Residencial Flórida, Residencial Granville, Residencial Vereda Dos Buritis I, Residencial Vereda Dos Buritis II, Setor Rio Formoso, Setor Sudoeste, Setor Ulisses Guimarães, Setor União, Vila Alpes, Vila Alvorada, Vila Bela, Vila Luciana, Vila Mauá, Vila Rezende, Vila Rosa e Village Veneza.
 
Além disso, outros reservatórios também serão afetados, como o Reservatório Novo Horizonte Apoiado, o Reservatório Canadá Apoiado, o Reservatório Garavelo Apoiado e Elevado, o Reservatório Jardim Lisboa Apoiado e Elevado, o Reservatório Santa Rita Apoiado e Elevado, e o Reservatório Orientville, entre outros.
 
O fornecimento de água será retomado de forma gradual assim que a intervenção for concluída, com previsão de normalização até a noite de domingo, 24 de novembro. Imóveis com caixa d’água não sentirão o desabastecimento, mas a Saneago pede a compreensão dos consumidores e o uso moderado da água tratada nas caixas d’água.
 
Bairros afetados por reservatório:
 
  • Reservatório Atlântico: Anhanguera, Conjunto Cachoeira Dourada, Conjunto Residencial Monte Carlo, Faiçalville, Jardim Ana Lucia, Jardim Atlântico, Jardim Europa, Jardim Florença, Jardim Planalto, Jardim Presidente, Jardim Sonia Maria, Jardim Tancredo Neves, Jardim Vila Boa, Loteamento Celina Park, Novo Horizonte, Parque Anhanguera I, Parque Anhanguera II, Parque Oeste Industrial, Prive Atlântico, Recreio Funcionários Públicos, Residencial Aquarius I, Residencial Aquarius II, Residencial Canadá, Residencial Eldorado, Residencial Flórida, Residencial Granville, Residencial Vereda Dos Buritis I, Residencial Vereda Dos Buritis II, Setor Rio Formoso, Setor Sudoeste, Setor Ulisses Guimarães, Setor União, Vila Alpes, Vila Alvorada, Vila Bela, Vila Luciana, Vila Mauá, Vila Rezende, Vila Rosa e Village Veneza.
  • Reservatório Novo Horizonte Apoiado: Vila Novo Horizonte.
  • Reservatório Canadá Apoiado: Residencial Canadá.
  • Reservatório Garavelo Apoiado e Elevado: Jardim Alphaville, Jardim Atlântico, Jardim Caravelas, Jardim Presidente, Jardins Madri, Orientville, Residencial Alphaville, Residencial Barcelona, Residencial Fidelis, Residencial Flamingo, Residencial Forteville Extensão, Residencial Forteville, Residencial Gardenia, Residencial Recanto das Emas, Residencial Rio Verde, Residencial Santa Fe, Residencial Sevilha, Residencial Tres Marias.

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