STJ toma decisão inédita e concede permissão para plantio de maconha

maconha medicinal

Na última terça-feira, 14, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu uma permissão especial para plantio de maconha. A ação vale apenas para um grupo de três pessoas, devido às propriedades medicinais da erva. Ainda assim, trata-se de uma decisão inédita.

Permissão para plantio de maconha

Ministros da Sexta Turma do STJ analisaram recursos de pacientes e familiares que fazem uso da maconha medicinal. Essas pessoas gostariam de realizar o plantio sem que fossem enquadradas na Lei de Drogas.

Em decisão unânime e inédita, o STJ permitiu a três pessoas que continuassem consumindo a maconha. Entre as propriedades medicinais da cannabis, a erva é capaz de aliviar dores e proporcionar melhor qualidade de vida para pacientes com câncer, epilepsia e glaucoma, entre outras doenças.

“Quando se fala em maconha, parece que tudo que há de pior advém dessa palavra, quando é uma planta medicinal como qualquer outra. Se possui alguns malefícios, produz muitos benefícios. Paremos com preconceito, com esse moralismo que atrasa o desenvolvimento do tema no âmbito do Poder Legislativo e obnubila o pensamento de juízes brasileiros”, afirmou o ministro Rogério Schietti durante uma das sessões.

Sebastião Reis, outro ministro, também fez coro à declaração. “Simplesmente tachar de maldita uma planta porque há preconceito contra ela, sem um cuidado maior em se verificar os benefícios que seu uso pode trazer, é de uma irresponsabilidade total”, disse.

Apesar da decisão inédita do STJ valer para somente três pessoas, a abertura de precedente pode ser importante para futuros processos em instâncias inferiores.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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