Em Goiás, fila pelo Auxílio Brasil quase triplicou entre março e abril

O número de goianos que poderia estar recebendo o Auxílio Brasil aumentou de março para abril deste ano. A chamada demanda reprimida quase triplicou, saltando de 68.189 para 187.693 pessoas, de acordo com estudo técnico da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). 

“Garantir renda mínima à população é reconhecer a importância de se assegurar a todos o mínimo para sobrevivência mais digna, além da responsabilidade estatal em elevar níveis de equidade e justiça social. No percurso do desenvolvimento da pauta renda mínima e garantia de segurança de sobrevivência há uma caminhada de aperfeiçoamento”, argumentam os pesquisadores no levantamento. 

Atualmente, o programa social criado pelo governo Jair Bolsonaro para substituir o Bolsa Família exige um dos seguintes critérios: situação de extrema pobreza (renda per capita de até R$ 105) ou situação de pobreza (renda familiar entre R$ 105,01 e R$ 210 por pessoa). 

O benefício, no entanto, é liberado somente quando o contemplado comprova frequência mínima de 60% da carga horária escolar mensal para os beneficiários de 4 e 5 anos de idade, frequência mínima de 75% da carga horária escolar mensal para os beneficiários de 6 a 17 anos de idade ou àqueles de 18 a 21 anos de idade incompletos, que não tiverem concluído a educação básica, aos quais tenha sido concedido o Benefício Composição Jovem (BCJ).

É necessário ainda comprovante de vacinação e acompanhamento do estado nutricional dos beneficiários com até 7 anos de idade incompletos e pré-natal para as gestantes.

De acordo com o mapeamento da CNM, a explicação para o aumento de pessoas na fila pelo Auxilio Brasil seriam as alterações na matriz do programa. O valor mínimo da renda familiar foi ampliado enquanto o de idade para concessão foi reduzido, fatores que podem ajudar a elucidar o alargamento de novos potenciais beneficiários.

A Câmara dos Deputados pode votar ainda nesta semana uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza uma série de “bondades”, entre elas o reajuste do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 por mês. A intenção do presidente Bolsonaro é começar a fazer o pagamento atualizado a partir deste mês de julho.

 

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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