Nesta terça-feira, 9, o parlamento sul-coreano aprovou um projeto de lei que proíbe a criação e abate de cachorros para consumo de sua carne. A medida tem como objetivo inibir uma prática tradicional no país asiático, após muitos anos de debate sobre o tema.
Assim como o Vietnã e o sul da China, a Coreia do Sul consome carne de cachorro tradicionalmente, como fonte de proteína barata e disponível, especialmente em uma época de extrema pobreza no país. A tradição é mantida por cerca de 1.1 mil fazendas que produzem cerca de meio milhão de cães para consumo.
A proposta teve apoio bipartidário, um feito raro no país cujo cenário político é dividido, mostrando que a percepção sobre o hábito de comer carne de cachorro mudou nos últimos anos. De acordo com o texto da lei, será proibida a distribuição e venda de alimentos elaborados ou processados com ingredientes de origem canina.
Por outro lado, quem consumir a carne de cachorro ou produtos derivados não estará sujeito a punição. Mas quem abater um cachorro para comer pode ser punido com até três anos de prisão ou multado em até 30 milhões de won coreanos, o que equivale a R$ 112 mil.
Com a nova lei coreana, os proprietários de fazendas e restaurantes de carnes de cachorro têm até três anos para fechar ou mudar de negócio e os governos locais deverão apoiar esses empresários na transição. A partir de agora, o projeto de lei será submetido à aprovação final do presidente Yoon Suk Yeol.
De acordo com a CNN, o projeto foi proposto tanto pelo partido do governo quanto pelo principal partido de oposição, além de receber apoio da primeira-dama, Kim Keon Hee, tutora de vários cães.