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Após denúncia do Estado, maior rede pró- Bolsonaro é excluída

Última atualização 23/10/2018 | 14:52

O Facebook removeu nesta segunda-feira (22), a principal e mais influente rede de apoio e difusão de idéias do candidato à presidência, Jair Bolsonaro (PSL) . Foram excluídas 68 páginas e 43 contas que, segundo a empresa, pertencem a um mesmo grupo chamado Raposo Fernandes Associados (RFA). Ainda segundo o Facebook, as páginas violaram as políticas de autenticidade e spam, ao criar endereços falsos e múltiplas contas com os mesmos nomes para administrar os grupos.

“Autenticidade é algo fundamental para o Facebook, porque acreditamos que as pessoas agem com mais responsabilidade quando usam suas identidades reais no mundo online”, diz nota divulgada pelo Facebook.  A seguir, a empresa afirma exigir “que as pessoas usem seus nomes reais e também proibimos spam, uma tática geralmente usada por pessoas mal intencionadas para aumentar de maneira artificial a distribuição de conteúdo com o objetivo de conseguir ganhos financeiros”.

O caso veio à tona após reportagem do Estado publicar uma investigação sobre a RFA em parceria com a ONG americana Avaaz. A matéria mostrou como um casal – o advogado formado pela USP Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo – montou um “império” de páginas e sites com apoio de conhecidas figuras conservadoras no País, como Alexandre Frota e Marcello Reis, do Revoltados Online.

No dia 12 deste mês, o Estado revelou que somente nos últimos 30 dias, os endereços dessa rede pró-Bolsonaro alcançaram 12,6 milhões de interações no Facebook – ou seja, o total de reações a postagens, comentários e compartilhamentos. Mais de 16 milhões seguem essas páginas. Nos mesmos 30 dias, o jogador Neymar acumulou 1,1 milhão de interações, a cantora Anitta conseguiu 574,8 mil e Madonna, 442,5 mil.

RFA

A empresa que administra o grupo é a Novo Brasil Empreendimentos Digitais Ltda, de propriedade do advogado Ernani Fernandes Barbosa Neto e de Thais Raposo do Amaral Pinto Chaves. As páginas envolvidas são sempre identificadas com a sigla RFA na descrição.

Embora se declarasse como independente, a rede administrava endereços como “Apoio a Jair Bolsonaro” e, durante a divulgação dos resultados do primeiro turno, comemorou nas páginas vitórias como as dos candidatos Eduardo Bolsonaro e Janaina Paschoal, ambos do PSL. A RFA também já recebeu recursos no ano passado tanto do PSL, por meio da cota parlamentar do deputado Delegado Francischini, quanto do PRTB – sigla do general Hamilton Mourão, vice na chapa de Bolsonaro – pelo fundo partidário.