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Briga judicial atrasa reforma do antigo Banana Shopping; incêndio não foi intencional

Última atualização 24/07/2022 | 12:39

Os estragos causados pelo incêndio no último andar do antigo Banana Shopping, no último dia 4 de abril, ainda não foram reparados. Uma briga judicial impede o início da reforma do local, que teve apenas parte da estrutura metálica em Itatiba do telhado retirada. A Defesa Civil de Goiânia faz visitas periódicas ao prédio para acompanhar a estrutura e conferir se há movimentação de operários da construção civil. A investigação policial aponta para problemas no sistema de combate às chamas.

Uma fonte da Defesa Civil afirma que a própria instituição foi citada no pedido judicial feito pelo responsável da galeria de suspensão de qualquer reforma, por isso estão acompanhando a situação do prédio do antigo Banana Shopping e impedindo intervenções infraestruturais. A solicitação ao Tribunal teria sido necessária para a realização de uma perícia particular custeada pela empresa responsável pelo cinema.

Alguns funcionários da construção civil chegaram a começar o trabalho no local após a decisão, mas integrantes da corporação esclareceram a situação e os fizeram assinar um documento comprovando os esclarecimentos, além de pedirem a interrupção da atividade.

Segundo a delegada Jocelaine Braz, o inquérito ainda não foi concluído. “Não temos como comprovar o incêndio doloso, mas vislumbramos o incêndio culposo. O Certificado de Conformidade do Banana Shopping estava ok”, afirma. Ela diz que o Corpo de Bombeiros chegou a enviar um laudo próprio, porém decidiu fazer questionamentos acerca das conclusões apontadas. As respostas não foram enviadas até o momento e não há prazo de devolutiva. 

A apuração para possíveis falhas na atuação profissional dos responsáveis por manutenções preventivas e pelas instalações de combate a incêndio e ainda a avaliação estrutural está sendo realizada pelo Conselho Regional de Agronomia e Engenharia de Goiás (Crea-GO). A assessoria de imprensa da instituição informou à reportagem do Diário do Estado que o processo foi encaminhado para o analista do Conselho para análise da documentação apresentada, mas ainda não foi produzido um relatório para ser apresentado e não há prazo final.

A assessoria do Cinex, empresa locatória do andar do prédio cujo dono é a Elmo Engenharia, confirmou que não há reforma no espaço e não há previsão de início. A reportagem pediu confirmação da autoria do pedido de suspensão de reforma e a resposta foi “não confere”. O proprietário do cinema, Adriano Oliveira afirma que continua sem novidades sobre a reinauguração. Procurado, o gerente administrativo da Elmo, Vinícius Castro, informou que não tem autorização para passar informações sobre o incêndio.

O CineX investiu R$5 milhões na galeria. Oliveira confirmou após incêndio que três das cinco salas foram completamente atingidas pelas chamas enquanto uma queimou parcialmente e apenas uma ficou intacta. A cafeteria em homenagem ao artista plástico Siron Franco também não foi atingida. Uma das hipóteses é que o fogo tenha começado no cinema. À época, alguns bombeiros que participaram do combate às chamas apontaram a dificuldade no trabalho porque não encontravam fontes de água na região e não havia equipamentos de prevenção e combate às chamas.

Na data, há quatro meses, uma fumaça preta podia ser vista a quilômetros de distância e assustou quem passava pela região do centro de Goiânia. O trânsito teve de ser interrompido e o local evacuado.  Não houve vítimas. Além do prédio onde funcionava o shopping,  um edifício foi atingido. Moradores disseram que a fiação dos chuveiros e o telhado foram consumidos devido às altas temperaturas.