Cabo Daciolo desiste de candidatura e declara apoio a Ciro Gomes

Cabo Daciolo desiste de candidatura e declara apoio a Ciro Gomes

O ex-deputado federal Cabo Daciolo (Brasil 35) anunciou nesta quinta-feira (16), em suas redes sociais, que está renunciando a uma nova candidatura em 2022. Daciolo declarou apoio ao ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT).

A decisão foi tomada após uma encontro entre os dois na casa do pedetista, no Ceará, ocasião em que ele disse ter encontrado um político muito abalado pela operação da polícia federal. No vídeo pulicado pelo político, Daciolo disse emocionado, que não sabe o motivo de estar fazendo isso, mas que segue ordens do espírito santo e por isso anunciou o apoio a Ciro.

“Quero dizer para o pré-candidato a presidência Ciro Gomes; irmaozão, no dia da eleição em 22, se na contagem de votos você tirar um voto lá, saiba que esse voto foi do Cabo Daciolo. Não sei porque eu estou fazendo isso. Sei que o criador está mandando eu falar isso para você. Guarda isso ai, meu  irmão”, disse Daciolo em sua publicação.

Com o anuncio da desistência de sua pré-candidatura, Daciolo afirmou que o Brasil 35 é um partido pequeno e que não teria como participar dos debates. Ele afirma que tem certeza de que será presidente da República um dia. Em 2022, porém, ainda vai avaliar se terá espeço para concorrer a algum outro cargo.

“Deus está me tocando aqui e eu quero falar pra você que Cabo Daciolo não é mais pré-candidato à Presidência da República. Eu cheguei agora no aeroporto, vou correr pra anunciar agora pro partido, não sei qual porta vai ser aberta. Não sei o que vai ser aberta, não sei se vou ser candidato ao Senado, eu não sei se vou ser candidato ao governo, eu não sei o que vai acontecer. Talvez eu não seja candidato a nada”, disse, completando que seu partido não tem hoje um nome ao governo do Rio de Janeiro ainda.

Em 2018, Ciro Gomes e Cabo Daciolo protagonizaram um momento marcante durante o debate feito na TV Band, no qual Daciolo questionou o ex-governador do Ceará sobre a existência da União das Repúblicas Socialistas da América do Sul (Ursal). Ciro achou graça da ocasião e ao responder, ironizou: “a democracia é uma delícia, é uma beleza, mas ela tem certos custos”.

Ao anunciar a desistência de sua candidatura para 2022 nesta quinta-feira (16), Daciolo reiterou que a Ursal existem sim”, mas que mesmo assim daria apoio ao pedetista.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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