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Cientista político comenta pesquisas: “O ideal é que o eleitor pare de olhar o que os partidos dizem”

Última atualização 20/08/2022 | 15:28

Na última pesquisa Datafolha, o candidato à presidência Lula (PT) apareceu na liderança das intenções de voto, à frente de Jair Bolsonaro (PL). O partido do ex-presidente comemora os números, afirmando que a vitória pode vir ainda no primeiro turno. Já os apoiadores do atual presidente alegam que as porcentagens são falsas. Afinal de contas, em quem o eleitor deve acreditar?

Dicas para o eleitor

Malco Camargos, cientista político, professor da PUC Minas, diretor do Instituto Ver e comentatista na Rádio Itatiaia, conversou com o Diário do Estado para fornecer algumas recomendações para o eleitor. Segundo ele, as pessoas devem levar as pesquisas em consideração, mas é preciso estabelecer uma opinião própria.

“O ideal é que o eleitor pare de olhar o que os partidos dizem, pois sempre vão trazer uma narrativa que interesse a eles, e trate a pesquisa como mais um elemento na tomada de decisão de voto”, explica o cientista político.

A Datafolha não é o único instituto de pesquisa do Brasil. Ipec e Genial/Quaest também são outras fontes de levantamento eleitoral. Desta forma, o eleitor deve estar sempre atento a todos eles, deixando de pegar somente um recorte para ajudar a formular opiniões.

“O importante é que não foquem em apenas um instituto, mas sim que tirem uma média para levar em consideração, para evitar a possibilidade de um erro individual de um instituto ou outro”, acrescenta Malco.

Até a data das Eleições, cujo primeiro turno acontece no dia 2 de outubro, muita coisa pode mudar em relação às pesquisas de hoje. Para isso acontecer, contudo, as campanhas devem ser efetivas, sobretudo após o início das propagandas eleitorais gratuitas na televisão e no rádio, em 26 de agosto.

“A pesquisa é movida pelo contexto e vontade do eleitor. Se o eleitor muda, a pesquisa muda. Se o eleitor fica estável, a pesquisa fica estável. A campanha pode gerar mudanças, quando entrar agora o rádio e a TV. Ela pode, mas não quer dizer que vá mudar”, conclui Malco.