Coreia do Norte faz teste com míssil próximo ao Sul e país vizinho reage

Um tipo de míssil balístico foi lançado pela Coreia do Norte no último domingo,14. A arma, composta por combustível sólido e com ogiva manobrável, foi detectada pelo Sul e caiu no Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão, gerando críticas pelo Ministério de Defesa sul-coreano.

“É uma provocação clara que viola as resoluções do Conselho de Segurança que proíbem o uso de tecnologia de mísseis balísticos. Emitimos um alerta forte e instamos veementemente que seja interrompido imediatamente”, disse o comunicado feito pelo ministério.

De acordo com a declaração feita pela agência de notícias norte-coreana KCNA, o objetivo do disparo era “verificar as capacidades de voo e a confiabilidade do novo motor de combustível sólido” e que o teste “nunca afetou a segurança de nenhum país vizinho e não teve nada a ver com a situação regional”.

O lançamento do míssil, porém, acontece dias antes da capital Pyongyang realizar exercícios de artilharia com munição real próximos às ilhas sul-coreanas. Em 18 de dezembro de 2023, um míssil balístico intercontinental foi disparado na mesma direção e obrigou civis a procurarem abrigo.

Vale ressaltar que na quarta-feira, 11, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, classificou a Coreia do Sul como “o principal inimigo do país”.

“Finalmente chegou o momento histórico em que deveríamos defini-lo como o Estado mais hostil em relação à Coreia do Norte”, afirmou o político.

Para o especialista em mísseis Chang Young-Keun, do Instituto de Pesquisa da Coreia para Estratégia Nacional, os testes realizados pelo Norte demonstram a busca do país pelo desenvolvimento dos armamentos hipersônicos e de alcance intermediário usando lançadores de combustível sólido.

“Serão especialmente úteis para chegar a Guam, evitando o sistema de defesa antimísseis dos EUA”, acrescentou Chang.

Mudança de tom

Além da eficiência durante os disparos, os mísseis formados por combustível sólido são mais fáceis de serem ocultados. Já os hipersônicos os tornam mais fáceis de manobrar durante o voo.

As declarações ácidas de Kim Jong-un demonstram uma mudança de tom na política norte-coreana. Analistas acreditam que o país assumirá uma postura mais rígida no futuro.

O líder norte-coreano já havia ordenado a aceleração dos preparativos para uma “guerra” que poderia “estourar a qualquer momento”. Na ocasião, Kim Jong-un, em discussão durante reunião plenária do partido dos Trabalhadores da Coreia, na qual se estabelecem as decisões políticas a cada ano, exigiu aprimoramento do material bélico e das atividades da defesa civil para conter as “ações sem precedentes” por parte de Whashington.

De acordo com a KCNA, Kim também disse que Pyongyang expandiria a cooperação estratégica em parceria com países “anti-imperialistas independentes”.

Vale ressaltar que em meio a onda de testes de armas nucleares do Norte, Coreia do Sul, Japão e EUA intensificaram a parceria militar ainda em 2023 ativando um sistema de compartilhamento de informações em tempo real acerca dos lançamentos dos mísseis norte-coreanos.

Anteriormente, um submarino nuclear dos Estados Unidos havia chegado ao porto sul-coreano de Busan e Washington enviou bombardeios de longo alcance para manobras com Seul e Tóquio.

Essas manobras foram consideradas pela Coreia do Norte como “provocação intencional para que uma guerra nuclear aconteça”.

Satélite de reconhecimento, consagração do estatuto da potência nuclear e testes com o míssil mais poderoso do país foram algumas medidas tomadas pelo Norte em 2023.

 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos