Última atualização 25/06/2022 | 14:42
O paradesporto já é uma realidade em Goiás. Com categorias específicas e possibilidade de constante evolução, cada vez mais pessoas se voltam a essa área para desenvolvimento pessoal e profissional. O Diário do Estado reuniu algumas informações para fornecer um melhor panorama das modalidades no estado.
Oportunidade e visibilidade
Em 2008, Thais Fraga Severo sofreu um acidente automobilístico, ficando paraplégica. No ano seguinte, com apenas 16 anos de idade, a goianiense conheceu o esporte na Associação de Deficientes Físicos do Estado de Goiás (ADFEGO).
“Na Associação, me convidaram a conhecer a modalidade e me identifiquei de cara. Experimentei o basquete e o vôlei sentado, mas nenhum fez sentido para mim”, relata.
Foi então que Thais conheceu a categoria paradesportiva de tênis. Com inspiração na sueca Anna Carin, medalhista em Londres, Rio de Janeiro e Tóquio, Thais conseguiu participar dos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016. “Não fui muito bem, mas a experiência de estar com os melhores do mundo foi maravilhosa”, afirma.
Atualmente, a paratenista goiana está na briga por um espaço no Mundial da Espanha. No momento, figura em 18º lugar no ranking, sendo que os 19 melhores se classificam. Porém, pode ser que ela caia algumas posições na virada do mês, já que não conseguiu participar de um torneio no México por problemas no visto.
A próxima competição de Thais Fraga começa no dia 8 de julho, em Buenos Aires, na Argentina. Apesar de estar mirando o Mundial da Espanha em sua categoria, o grande objetivo é disputar os Jogos Paralímpicos da França, em 2024.
O paradesporto em Goiás
De acordo com Thais Fraga, o paradesporto em Goiás está em constante evolução. “O esporte paralímpico tem tido muita visibilidade pelos resultados obtidos. Nós aqui do tênis de mesa, do clube da ADFEGO, somos o número um do Brasil, isso é um trabalho de equipe”, declara.
Nas Paralimpíadas de Tóquio, por exemplo, que ocorreram no ano passado, 12 atletas representaram o estado na competição internacional. Foram eles Ádria Silva, Jani Freitas e Nurya Silva (vôlei sentado); Hélcio Perillo e Jane Karla Gogel (tiro com arco); Millena França e Lethicia Lacerda (tênis de mesa); Ruiter Gonçalves e Vanilton Filho (natação); Rodrigo Parreira (atletismo); Ercileide Laurinda (bocha); e Carlos Alberto Soares (ciclismo).
“No momento atual, vejo que passamos por um processo de reestruturação do movimento paralímpico a partir da implantação dos Centros de Referência Paralímpico (CRP). É uma política do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), do qual somos parceiros com uma unidade no município de Goiânia”, afirma João Turíbio, diretor de paradesporto da Secretaria Municipal dos Esportes (SMESP).
De acordo com ele, atualmente a modalidade com mais clubes e atletas é o basquete em cadeira de rodas. No entanto, também há espaço para outros como natação, futebol de 5, goalball, tênis de mesa e parabadminton.
Neste fim de semana, inclusive, haverá uma competição em Brasília. A partir do sábado, 25, acontece o Campeonato Brasiliense de Paradminton, na Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE).
A delegação goiana enviará cerca de 24 pessoas, entre atletas e comissão técnica. A equipe iniciou os trabalhos em 2018 e hoje conta com cinco atletas no ranking mundial da modalidade. Os atletas treinam na Associação dos Surdos de Goiânia, parceria que a SMESP mantém desde maio de 2021.