Frentistas entram em greve na segunda-feira, 12, sem data para encerrar movimento

Os trabalhadores de 1.860 postos de combustíveis do estado, sendo 300 apenas em Goiânia, começam greve geral por aumento salarial a partir da próxima-segunda, 12. A categoria dos frentistas, representada pelo Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços e Derivados de Petróleo em Goiás (Sinpospetro-GO) reclama de três anos de salários congelados e falta de diálogo por parte da entidade patronal, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto).

Eles exigem reajuste de 21,42%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). No primeiro ato, parte dos 4,5 mil dos funcionários filiados prometem se reunir no Posto Shell 136 e depois seguir para para mais dois postos de combustíveis da capital. À tarde, outros dois estabelecimentos serão palco da manifestação. 

De acordo com Carlos Pereira, o representante do Sinpospetro, o sindicato tenta negociar com o Sindiposto desde março de 2020. A falta de diálogo teria obrigado a categoria a recorrer judicialmente por meio do Ministério Público e Tribunal Regional do Trabalho. Ele  afirma que não foi possível um acordo porque os donos de postos não quiseram conversar sobre o assunto com os frentistas.

“Eles não fazem proposta nem assinam a convenção trabalhista. Chegaram a ignorar a pauta de negociação deste ano, sem nenhuma justificativa. Sem anuência das duas partes, o juiz não pode considerar um dissídios coletivos, que são as ações para solucionar conflitos entre as partes coletivas trabalhistas. Nesse caso, o magistrado fixaria uma porcentagem de reajuste”, explica.

Carlos alega que os frentistas cumprirão a determinação legal de manter 30% dos trabalhadores na ativa já que se trata de um serviço essencial à sociedade. Além disso, o Sinpospetro se compromete a proteger juridicamente todos os trabalhadores que forem perseguidos ou demitidos injustamente por aderirem ao movimento. O sindicato planeja manter a greve até a próxima semana para poder acionar a Justiça novamente para resolver a demanda.

O presidente do Sindiposto, Márcio Andrade, afirma que tem conhecimento da paralisação, mas aguardará para se pronunciar. “Estamos trabalhando para preservar o atendimento sem prejuízo ao consumidor”, disse à reportagem do Diário do Estado.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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