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Os 10 maiores esquemas de corrupção da história do Brasil

Por Lígia Saba 

A história do Brasil é marcada por inúmeros escândalos envolvendo fraudes, desvios de verbas e outros crimes, envolvendo o sistema político e seus governantes. Para conhecer um pouco mais sobre essa triste e vergonhosa parte da história do país, preparamos uma lista com os 10 maiores e mais marcantes esquemas de corrupção da história do Brasil.

10. Anões do Orçamento 

O caso dos “Anões do Orçamento” ocorreu entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90 e foram desviados cerca de R$ 800,00 milhões de reais. Para investigar o caso, foi aberta uma CPI em 1993, que acabou investigando 37 deputados, dos quais, seis foram cassados e quatro renunciaram. No centro do esquema, segundo a CPI, estava o deputado João Alves de Almeida, membro desde 1972 da Comissão do Orçamento no Congresso, justamente onde o esquema se dava.

9. Navalha na Carne 

Descoberto em 2007, o esquema da Operação Navalha, que desviou aproximadamente R$ 1,06 bilhões de reais, envolvia, a exemplo do caso dos Anões do Orçamento, o uso de emendas parlamentares para a realização de obras públicas. No centro do esquema, a empreiteira Gautama. Ao todo 49 pessoas foram presas, incluindo o ex-governador do Maranhão, Jackson Lago.

8. Juiz Lalau

Liderado pelo juiz Nicolau dos Santos Neto e pelo ex-senador Luis Estevão, do Distrito Federal, o oitavo maior esquema de corrupção da nossa história desviou cerca de R$ 2 bilhões de reais. Os desvios de verbas eram feitos na construção do fórum do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo.

7. Jorgina de Freitas

O esquema que desviou cerca de R$ 2 bilhões de reais era liderado por Jorgina de Freitas que atuou durante muito tempo como advogada e procuradora previdenciária. Durante dois anos, ela comandou uma rede responsável por fraudes milionárias no INSS, incluindo supostas indenizações concedidas a supostos beneficiários da previdência. Em março de 1991, uma investigação interna do INSS acabou descobrindo que um único beneficiário, um motorista de empilhadeira, havia sido beneficiado em US$ 90 milhões, em valores atuais.

6. Fundos de Pensão

As pequenas transações, envolvendo compras de títulos privados, levantaram suspeitas na CPI dos Fundos de Pensão. Após meses de avaliação, a CPI, realizada em 2015, concluiu que parte do prejuízo superior a R$ 77,8 bilhões que os fundos acumulam hoje, se deve a contratos fraudados ou suspeitos. O prejuízo estimado pela CPI, que pediu o indiciamento de mais de 200 pessoas, é de R$ 3 bilhões, apenas nos principais fundos de empresas estatais.

5. Banco Marka 

Em janeiro de 1999, quando o Banco Central decidiu elevar o teto do dólar, o banco Marka, do banqueiro Salvatore Cacciola, foi pego de surpresa. O banco possuía 20 vezes o seu patrimônio líquido em contratos de venda de dólar futuro. Com o aumento do preço da moeda americana, Cacciola sofreu um revés bilionário, e correu para o Banco Central para pedir ajuda. O banqueiro foi prontamente atendido, em uma ação que teria causado prejuízo de R$ 1,5 bilhão na época, ou R$3,7 bilhões em valores atuais. Em 1999, o banco foi alvo de uma CPI, onde descobriu-se que Cacciola possuía informações internas no BC, o que provocou a demissão de diretores da instituição. O presidente da instituição, Francisco Lopes, recebeu pena de 10 anos de prisão.

4. Vampiros da Saúde 

Descoberto pela Polícia Federal em 2004, o esquema operava envolvendo empresas, funcionários do Ministério da Saúde e deputados federais, ao menos desde 1990. O esquema principal do grupo consistia em fraudes de licitações, gerando sobrepreços na compra de remédios e hemoderivados. Segundo estimou a PF, o esquema teria causado um prejuízo de R$ 2 bilhões, o que corrigido pela inflação, equivale hoje a R$4,08 bilhões. Cerca de 17 pessoas foram presas, na grande maioria, membros do Ministério da Saúde.

3. Zelotes 

Iniciada em março de 2015, a operação Zelotes, que apurou a corrupção no CARF, o Colegiado de Administração de Recursos Fiscais, envolveu dezenas de grandes empresas nacionalmente conhecidas. Tais empresas e empresários teriam pago propinas, por intermédio de lobistas, para anular multas aplicadas pela Receita Federal. Segundo a PF esquema gerou um prejuízo estimado em R$ 19 bilhões aos cofres públicos

2. Banestado

Enviar recursos ilegalmente para o exterior tornou-se durante muito tempo o principal serviço ofertado pelo Banestado, o Banco do Estado do Paraná. Em 1996, ao ser detectada uma irregularidade de US$ 228,3 mil por um dos agentes de câmbio da instituição, o esquema foi descoberto de forma definitiva, uma vez que o agente não apenas revelou detalhes do próprio crime, mas de 107 outras contas mantidas pela instituição. Com a instalação da CPI em 2003, os deputados puderam por meio de quebras de sigilo, verificar desvios da ordem de R$ 30 bilhões na época do ocorrido.

1. Operação Lava Jato 

Operação Lava Jato foi um conjunto de investigações, algumas controversas, realizadas pela Polícia Federal do Brasil, que cumpriu mais de mil mandados de busca e apreensão, de prisão temporária, de prisão preventiva e de condução coercitiva, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina. A operação teve início em 17 de março de 2014 e contou com 80 fases operacionais autorizadas, entre outros, pelo então juiz Sergio Moro. Trata-se da maior operação da história do país em termos de valores reavidos pelo Estado. Foram mais de R$ 2,9 bilhões, sendo R$ 700 milhões repatriados. Ao todo são R$ 37,6 bilhões em pedidos de ressarcimento. Estima-se que o valor desviado tenha sido de R$ 42,8 bilhões, com prejuízo de R$ 88,8 bilhões só na Petrobrás.