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Os 10 vírus mais letais

Por Lígia Saba 

A humanidade tem lutado contra os vírus desde muito antes de a espécie humana ter evoluído para a sua forma moderna. Foi em meados do século XIX que o cientista francês Louis Pasteur avançou com a teoria microbiana das doenças (que estabelece que os microorganismos são a causa de inúmeras doenças), na qual explicava que todas as doenças eram causadas e propagadas por algum tipo de vida minúscula, que se multiplicava no organismo doente e se transmitia a outros. O coronavírus, que já matou mais de 3,18 milhões de pessoas em todo o mundo, não é o primeiro vírus a desencadear uma pandemia e levar a morte de tantas pessoas. Preparamos uma lista com os 10 vírus mais perigosos  e que mais contaminaram seres humano durante a história.

10. SARS-CoV

O vírus que causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou SARS, apareceu pela primeira vez em 2002, no sul da China, segundo a OMS. Depois de desencadear um surto na China, a SARS espalhou-se por 26 países em todo o mundo. Nessa epidemia, até o ano passado, foram notificados mais de 100 mil casos em todo o mundo, com 3.411 mortes. A doença apresenta uma taxa de letalidade estimada de 9,6% e, até o momento, não possui tratamento ou vacina aprovados.

9. Rotavírus

A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo 453 mil crianças com menos de cinco anos morreram de infecção por Rotavírus em 2008. O vírus foi descoberto em 1973 e é responsável por 50% dos internamentos hospitalares devido a diarreias agudas em crianças. Atualmente estão disponíveis duas vacinas para protegeram crianças contra a doença.

8. Dengue

O vírus da Dengue apareceu pela primeira vez na década de 1950, nas Filipinas e na Tailândia, e desde então espalhou-se pelas regiões tropicais e subtropicais do globo. Atualmente, até 40% da população mundial vive em áreas onde a Dengue é endémica e é provável que a doença – como os mosquitos que a carregam – se espalhe mais à medida que o mundo enfrenta o aquecimento global. A Dengue contamina entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano, segundo a OMS, e embora sua taxa de letalidade seja menor do que alguns outros vírus, em 2,5% dos casos o vírus pode causar uma doença chamada febre hemorrágica da Dengue, e essa condição tem uma taxa de letalidade de 20% quando não tratada.

7. Gripe

Durante uma típica temporada de Gripe podem morrer cerca de 500 mil pessoas em todo o mundo. A pandemia de Gripe mais mortal, muitas vezes chamada Gripe Espanhola, começou em 1918 e infectou cerca de 40% da população mundial, matando cerca de 50 milhões de pessoas.

6. Hantavírus

A síndrome pulmonar de Hantavírus (HPS) ganhou grande atenção nos Estados Unidos da América em 1993, quando um jovem saudável e a sua noiva morreram poucos dias após desenvolverem falta de ar. Mais de 600 pessoas nos EUA já contraíram HPS e 36% morreram da doença, de acordo com os Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. O vírus não é transmitido de uma pessoa para outra, a doença é contraída pela exposição aos excrementos de ratos infectados.
5. Varíola

Em 1980 a Organização Mundial da Saúde declarou o mundo livre da varíola. Mas, antes disso, os seres humanos lutaram contra o vírus milhares de anos e a doença matou perto de um em cada três infetados. As taxas de mortalidade eram muito mais altas em populações fora da Europa, onde as pessoas tinham pouco contato com o vírus antes de os visitantes o trazerem para as suas regiões. Por exemplo, historiadores estimam que 90% da população nativa das Américas morreu de varíola introduzida por exploradores europeus. Só no século XX a varíola matou entre 300 milhões a 500 milhões de pessoas. O risco de morte após contrair a doença era de cerca de 30%, sendo superior em bebés.

4. Raiva 

Embora as vacinas anti-rábicas para animais de estimação introduzidas na década de 1920 ajudem a tornar a doença extremamente rara no mundo desenvolvido, essa condição continua a ser um problema sério na Índia e em regiões da África.

3. Ébola

Os primeiros surtos de Ébola conhecidos em humanos ocorreram simultaneamente na República do Sudão e na República Democrática do Congo, em 1976. As estirpes conhecidas variam drasticamente na sua letalidade. Uma das estirpes, o Ébola Reston, nem deixa as pessoas doentes, mas no caso da estirpe de Bundibugyo a taxa de letalidade atinge os 50% e no da estirpe do Sudão pode chegar aos 71%, segundo a OMS. O surto, ainda presente na África Ocidental, começou no início de 2014 e é o maior e mais complexo da doença até o momento.

2. Marburg

Os cientistas identificaram o vírus em 1967, quando ocorreram pequenos surtos entre trabalhadores de laboratórios na Alemanha expostos a macacos infetados importados de Uganda, e que eram utilizados na investigação e desenvolvimento de vacinas da pólio. A taxa de letalidade no primeiro surto foi de 25%, mas foi superior a 80% no surto de 1998-2000, na República Democrática do Congo, bem como no surto de 2005, em Angola, ou em 2007-2014, com epicentro na Uganda.

1. VIH/Sida

No mundo moderno o vírus mais mortal de todos pode ser o VIH. Estima-se que 32 milhões de pessoas morreram de VIH desde que a doença foi reconhecida pela primeira vez, no início dos anos 1980, hoje, calcula-se que pelo menos 37 milhões vivem com o vírus. Esta é a doença infeciosa que mais afeta a humanidade. Poderosos medicamentos antivirais tornaram possível que as pessoas vivam anos com o VIH, mas a doença continua a devastar muitos países de baixo e médio rendimento, onde ocorrem 95% das novas infeções. Na África, quase um em cada 25 adultos é VIH positivo, representando mais de dois terços das pessoas contaminadas em todo o mundo.