Posse de Lula como presidente em 1º de janeiro será a última da história; entenda

Uma mudança legislativa garantirá a Lula duas inovações na história brasileira recente. O mandato dele será o último com posse em 1º de janeiro e também o mais longo em duas décadas. Uma emenda constitucional alterou a data da cerimônia para presidente da República e governadores. O projeto foi aprovado em setembro de 2021.

 

Em 2027, o evento será em 5 de janeiro para presidente e em 6 de janeiro para governadores. A legislação não afetou a agenda de posse de prefeitos e vice-prefeitos, que permanece em 1º de janeiro. Assim, o terceiro mandato de Lula terá cinco dias a mais. No caso de deputados estaduais, deputados federais e senadores a data se mantém em 1º de fevereiro.

 

A justificativa é que o primeiro dia do ano atrapalha a vinda de governadores para o evento em Brasília que oficializa o chefe do Executivo federal. Muitos deles tinham de participar do próprio evento durante a manhã e seguirem diretamente para a capital federal para tentarem chegar a tempo da cerimônia em nível nacional que ocorre tradicionalmente à tarde. 

 

Além disso, a festa de passagem de ano impede a vinda de autoridades estrangeiras e também de parte da população brasileira. O litoral costuma ser a escolha preferida de muitas pessoas para o réveillon, dificultando o trajeto para o Distrito Federal. A Constituição de 88 havia transferido as posses de presidente da República e de governadores do dia 15 de março para o primeiro dia de janeiro. 

 

Por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), os senadores aprovaram o cronograma que valida eleitos a assumirem os cargos. A mudança fez parte de uma reforma eleitoral que incluiu a  formação de coligações. Algumas delas já começaram a valer nas eleições deste ano, como a contagem em dobro de votos dados a mulheres e pessoas negras para a Câmara dos Deputados nas eleições de 2022 a 2030, para fins de distribuição, entre os partidos políticos, dos recursos do Fundo Eleitoral.

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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