Saiba como realizar o casamento no civil de graça em Goiás

Muitas pessoas sonham em se casar “de papel passado”. A realização enfrenta um obstáculo intransponível para muitos casais: a falta de dinheiro. O relacionamento sem o reconhecimento do estado civil incomoda e vai sendo construído assim por anos, porém um processo relativamente simples pode mudar essa situação. Casar no civil de graça é possível e um direito por lei.

A pedagoga Ana Laura Rodrigues não sabia dessa previsão legal. Ela vai se casar este ano e está totalmente envolvida com os preparativos. Durante o planejamento e montagem de orçamentos, ela descobriu que se tornar uma mulher casada afetaria muito as reservas financeiras. “Eu verifiquei em um cartório específico e me disseram que o casamento custaria R$600 e mais R$1 mil se eu quiser que o juiz de paz vá no dia da cerimônia. Fiquei assustada com esses valores”, diz. 

Ela soube da possibilidade de isenção das taxas cartorárias, mas acredita que não se encaixa no perfil devido à renda mensal. Esse é um dos critérios para conseguir se casar gratuitamente. É necessário declarar pobreza e dar entrada em um processo dentro do cartório, que avaliará os pré-requisitos e validará a solicitação.

De acordo com a advogada Fernanda Terra, a possibilidade está no Código Civil. “O casamento civil é gratuito quanto às taxas, registro e a primeira via da certidão de casamento, porém, o casal precisa gerar uma declaração de pobreza, de hipossuficiência”, detalha. 

Ela afirma que a redução da cobrança de taxas cartorárias e judiciais está na pauta da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), da qual faz parte. “Essa do casamento é uma novidade. Precisamos avaliar isso e os valores envolvidos para sabermos o quanto poderemos intervir”, pontua. 

Assistência Social

Buscar a orientação e o apoio de assistentes sociais pode ajudar muito a conquistar a tão sonhada certidão de casamento. O Gestor do CadÚnico em Goiânia e Gerente de Benefícios Sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Goiânia, Gleison Souza, pontua que o documento atestando a impossibilidade de arcar com os custos é o suficiente para garantir o direito, sem necessidade de outro tipo de validação.

A declaração pode ser feita à mão ou preenchida em formulário fornecido por um cartório ou mesmo por um Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) contendo números do RG, CPF e comprovante de endereço sendo facultativos a carteira de trabalho e o comprovante de renda.

Para os reconhecidamente pobres, a chance de se casar sem ter de se preocupar com detalhes sobre o assunto são os casamentos comunitários. Gleison lembra que a pasta costuma promover esse tipo de evento, que foi suspenso durante a pandemia. “Estamos reavaliando o retorno e buscando parceria com algum cartório”, diz.

Reconhecimento

O casamento civil representa a conquista não apenas do status de esposa ou de marido, mas também de uma série de garantias legais, como a inclusão de dependente em planos de saúde, no Instituto Nacional do Seguro Social  (INSS), como pensionista, por exemplo, no Imposto de Renda e na divisão de bens.

Confira os documentos para requerer a isenção de taxa no casamento civil

-Noivos solteiros: RG, certidão de nascimento original, cópia de comprovante de residência, duas testemunhas (RG e comprovante de endereço de ambos)

-Noivos divorciados: RG, certidão de casamento com averbação do divórcio original, cópia da sentença do divórcio informando se houve bens compartilhados, cópia do comprovante de residência e duas testemunhas (RG e comprovante de endereço de ambos)

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Goiás tem quatro cidades entre as de maior fluxo turístico do Brasil

Levantamento divulgado pelo Ministério do Turismo (MTur), na quarta-feira, 18, mostrou que Goiás figura com quatro municípios (Caldas Novas, Rio Quente, Goiânia e Pirenópolis) na principal categoria do ranking que mede o fluxo turístico e os empregos gerados pelo setor, em todo o Brasil.

Os destinos turísticos goianos, inclusive, dividem espaço na categoria A com outros locais consagrados no cenário nacional, como Campos do Jordão (SP), Porto Seguro (BA) e Gramado (RS).

Mapa do Turismo

A cidade de Pirenópolis voltou a integrar a categoria A do levantamento, feito com base em todos os municípios brasileiros que integram o Mapa do Turismo. Atualmente, Goiás possui 91 municípios cadastrados formalmente no Mapa do Turismo.

Desse total, 40,7% estão distribuídos nas principais categorias, sendo: 4,4% na categoria A; 16,5% na B; 19,8% na C; e 59,3% na categoria D.

“Temos um grande desafio pela frente, que é o de formalizar os profissionais que lidam diretamente com o turismo e que fazem com que pouco mais da metade dos nossos destinos figurem na categoria D. Mesmo assim, temos que celebrar os avanços conquistados pelos demais municípios, que estão galgando melhorias neste quesito e estão ampliando a participação da receita local com o turismo. Ver Pirenópolis alcançado a principal categoria é motivo de muita alegria”, declara o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral.

Os índices de fluxo de turistas e de empregos formais gerados utilizados no mapeamento do Ministério do Turismo foram levantados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e correspondem ao período de 2021.

Com base neste levantamento, os quatro municípios goianos que integram a principal categoria disponibilizavam na época 276 estabelecimentos de hospedagem (hotéis e pousadas), que geraram mais de 6 mil empregos diretos e contribuíram com os cofres públicos ao arrecadarem mais de R$11 milhões em impostos.

“Estamos diante de dados econômicos e de formalidade do setor que refletem o ano de 2021, ou seja, ainda dentro da pandemia. Nossa expectativa é que esse cenário seja redesenhado nos próximos levantamentos do Ministério do Turismo, pois vamos retratar um novo cenário, pós-pandêmico, onde o turismo goiano tem avançado a passos largos, acumulando recordes na formalização dos profissionais do setor, e de fluxo de turistas nos nossos destinos”, avalia o presidente da Goiás Turismo.

Um dado relevante da pesquisa é que Rio Quente, com apenas três estabelecimentos hoteleiros registrados foi responsável por arrecadar sozinha R$ 5,1 milhões em tributos e gerar quase dois mil empregos formais.

“Uma cidade que, em 2022, registrava quase 4 mil habitantes, ter quase 50% dos empregos destinados ao turismo é muito relevante. Juntamente com Caldas Novas, formam a região das Águas Quentes, um dos principais destinos turísticos do Brasil”, avalia Fabrício Amaral.

Em âmbito nacional, a pesquisa mostrou que houve um aumento de 151% no número dos municípios que passaram a integrar a categoria A do Mapa do Turismo Brasileiro, mostrando que em todo o país têm sido registrados avanços no setor.

O mapeamento permite ao poder público identificar pontos que merecem mais atenção para a promoção de políticas públicas, e entender melhor sobre o impacto econômico do segmento turístico em todo o Brasil, principalmente regionalmente.

Formalização do setor turístico em Goiás

Em novembro deste ano, Goiás bateu o recorde de adesão de profissionais no Cadastur, atingindo a marca de 8.200 registros e passando a liderar o ranking de cadastros no Centro-Oeste Brasileiro. O número de prestadores de serviços turísticos que atuam de forma legal no estado passou de 1,280 em 2019 para 8.200 em 2024.

O documento que comprova a legalidade de profissionais e empresas turísticas, garante segurança ao viajante e vantagens aos trabalhadores da área.

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