Como prevenir as “doenças silenciosas”?

Quando você está gripando, você sabe porque tem coriza, corpo mole e garganta ruim. Mas e quando você tem alguma doença que não tem nenhum sintoma? Como saber se está doente se não sente nada de diferente em seu corpo? 

O médico cirurgião especialista em Aparelho Digestivo, Dr. Thiago Tredicci, afirma que grande parte das doenças que acometem o ser humano tem uma fase assintomática.

“No aparelho digestivo mesmo a gente vê muito caso em que a doença se mantém por muito tempo de forma assintomática, algo que o indivíduo não perceba por si só”, alerta.

 

Ainda de acordo com o médico, muitas vezes o diagnóstico, possível de ser dado somente depois de exames, acaba chegando em um momento que o quadro do paciente já se encontra avançado. Como são os casos dos cânceres do aparelho digestivo “grande parte permanece de forma silenciosa por longos períodos”. Tredicci ainda afirma que o câncer de intestino é o segundo mais comum entre homens e mulheres, perdendo apenas para o de próstata e mama, respectivamente.

Ele alerta sobre os hábitos de vida não saudáveis sendo fatores de risco para diversos tipos de doenças, sendo eles o sedentarismo, obesidade, consumo de álcool, tabagismo, dieta rica em gordura e estresse. Por esse motivo, o aumento de peso é preocupante no Brasil, onde a proporção de obesos entre 2003 e 2019 subiu de 12,2% para 26,8%, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda, segundo a pesquisa, 60,3% da população brasileira já possui excesso de peso. Em relação à alimentação, é ressaltado também sobre o consumo de alimentos processados “é percebido que alguns fatores, principalmente para casos do estômago, alimentos embutidos e enlatados, quando entram em contato com a cavidade estomacal, se transformam em compostos químicos cancerígenos”.

Para as doenças do fígado, o médico ressalta que a principal causa é o abuso de álcool “a cirrose permanece por muitos anos de forma silenciosa, mas ainda assim, ela mostra alguns sinais”.  Inicialmente, o paciente pode sentir cansaço, fraqueza e sofrer perda de peso. Para o diagnóstico médico:

“é avaliado o aumento de volume abdominal com acumulo de líquidos, ginecomastia (mama proeminente) nos homens, rarefação de pelos (pelos mais ralos) e, nos casos mais graves, icterícia (amarelamento da pele) e sangramento gastrointestinal”.

A anemia também é considerada uma doença silenciosa e o Dr. Tredicci afirma que ela deve ser observada pelos pacientes como um “sinal de alerta”. “Para a anemia sempre deve-se atentar ao motivo, pois ela não é uma doença isolada”. Mesmo os casos mais leves de anemia devem ser investigados, considerando a alimentação e possíveis sangramentos ocultos.

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Casos de dengue em 2024 passam de 6,4 milhões; mortes somam 5,9 mil

Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que o país registrou, ao longo de todo o ano de 2024, um total de 6.484.890 casos prováveis de dengue e 5.972 mortes provocadas pela doença. Há ainda 908 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência da dengue, até o dia 28 de dezembro, era de 3.193,5 casos para cada 100 mil habitantes.

A maioria dos casos prováveis de dengue (55%) em 2024 foi identificada entre mulheres. No recorte raça/cor, 42% dos casos prováveis foram registrados entre brancos; 34,4% entre pardos; 5,1% entre pretos; 0,9% entre amarelos; e 0,2% entre indígenas, sendo que, em 17,3% dos casos, a informação não foi registrada. A faixa etária dos 20 aos 29 anos concentrou a maior parte dos casos prováveis, seguida pela de 30 a 39 anos e pela de 40 a 49 anos.

No ranking dos estados, São Paulo aparece com o maior número de casos prováveis (2.182.875). Em seguida estão Minas Gerais (1.695.024) e Paraná (656.286). Na lista de estados com maior coeficiente de incidência, o Distrito Federal (DF) figura em primeiro lugar, com 9.907,5 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (8.252,8 casos por 100 mil habitantes) e Paraná (5.735,2 casos por 100 mil habitantes).

Distrito Federal

Com o maior coeficiente de incidência do país, o DF registrou um aumento de 584% nos casos prováveis de dengue em 2024 em relação ao ano anterior – foram 279.102 casos no ano passado contra 40.784 em 2023. No mesmo período, as mortes pela doença saltaram de 14 em 2023 para 440 em 2024. Ainda de acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, cinco óbitos seguem em investigação.

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