União Brasil só discute federação partidária com MDB e Cidadania, afirma Delegado Waldir

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga, nesta terça-feira (8), a homologação do novo partido União Brasil, criado a partir da fusão entre PSL e DEM. O partido do governador Ronaldo Caiado, pré-candidato à reeleição, e do deputado federal Delegado Waldir, pré-candidato ao Senado, nasce com a maior verba pública de campanha, cerca de R$ 800 milhões do fundo eleitoral, e o maior tempo de TV. No entanto, deve sofrer uma debandada de nomes que sairão do antigo PSL para o PL, atual partido de Jair Bolsonaro, assim que a união for formalizada.

O União Brasil discute federações partidárias, com conversas envolvendo MDB e PSDB, por exemplo. Delegado Waldir, no entanto, é categórico ao afirmar que a sigla debate apenas uma possibilidade.

“A única conversa para federação é com o MDB e com o Cidadania. Não existe federação com o Podemos. O Podemos tem candidato a presidente [Sérgio Moro]”, afirma. Sobre a possibilidade de Moro deixar o Podemos e migrar para o União Brasil, o deputado diz que “isso não existe”.

As conversas sobre federação impactam Goiás diretamente. Aqui, o MDB é presidido pelo pré-candidato a vice-governador, ao lado de Caiado, Daniel Vilela. Já a situação do Podemos passou por reviravoltas quando, no dia 20 de janeiro, a sigla tirou o comando regional das mãos do deputado federal José Nelto (Podemos) e passou para Vilmar Mariano (Podemos), que é vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, ao lado do prefeito Gustavo Mendanha (sem partido). Mendanha pretende concorrer como governador de Goiás, mas ainda não encontrou uma sigla. A mudança indica, no mínimo, uma aproximação do partido com a base do prefeito de Aparecida.

Primeiras eleições do União Brasil

Segundo o delegado Waldir, o União Brasil não terá candidato para presidente da república no primeiro turno e só definirá apoio no segundo turno. Segundo o deputado, em Goiás deve acontecer o que houve em 2018: diferentes candidatos abriram palanque para seus respectivos presidenciáveis. Ele, por exemplo, para Jair Bolsonaro.

“Cada um vai poder ter a escolha de quem apoia. A prioridade do União Brasil é eleger deputados federais. Nós não vamos ser barriga de aluguel para qualquer candidato à presidente da república”, afirma.

Segundo o deputado, o objetivo da sigla é ter de 70 a 100 deputados federais, até 20 senadores e 10 governadores. Entre os nomes possíveis, está o do ex-ministro da saúde de Bolsonaro, Henrique Mandetta, que deve se candidatar ao Senado ou à Câmara dos Deputados, pelo Mato Grosso do Sul. Em Goiás, a meta do União Brasil é eleger de seis a onze deputados federais.

Mandetta chegou a ser cogitado para a disputa pela presidência, pelo União Brasil, mas desistiu em novembro do ano passado. O atual presidente do PSL, que ocupará o mesmo cargo na nova sigla, ensaiou lançar seu nome, mas apenas para que a legenda ganhasse fôlego. Segundo delegado Waldir, isso já não é cogitado no momento. “E mesmo se ele se candidatar amanhã a vice-presidente, pode ser do Lula, do Moro, do Bolsonaro, do Ciro do Dória, que ainda assim nós parlamentares estaremos livres para fazer nossas escolhas [de quem apoiar] porque a nossa prioridade é o União Brasil”, afirma.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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